terça-feira, outubro 31

Anónimos

"Está aí à porta uma pequena polémica sobre o anonimato dos blogs.(...) Vejamos: blogs anónimos, não gosto. Mas não me fazem diferença e leio poucos deles. Há blogs anónimos que são muito bons; um dos melhores é sobre gastronomia e é escrito por diplomatas. Por pudor, não assinam, e eu compreendo. Mas quando queremos acusar, tripudiar, abalroar, criticar, assine-se por baixo. Escreva-se o nome com coragem e um nadinha de vergonha. Um blog anónimo perde uma grande parte da autoridade. Outra coisa, inteiramente diferente, é um blog ser assinado por gente que não conhecemos.(...)Chamar anónimo a um nome é um erro de gramática. E um defeito de carácter. "

"Diz que é uma espécie de Magazine"

Concordo que o primeiro programa não está ainda "afinado", mas bolas, Luciano e Alberto, no final, a cena de engate* do Frederico
Fritzqualquercoisa à prima couve, esteve fantástica:
"Olá.. Grande talo!!!"

* Sorry. Tentei as palavras sedução/conquista, mas não resultou.

Video: Gato Fedorento - Paulo Bento

segunda-feira, outubro 30

Um desnorte

Rendida a futilidades bloguísticas por razões que não são para aqui chamadas, conformo-me, sem sobressaltos, às minudências do dia a dia. A vida está para além do blog e isso sim, já nada tem de ficcional. Por aqui os tempos são sempre amenos, assim eu os queira. Seja então o tempo. Não se trata da eterna falta de tempo, mas sim de relógios. Ou melhor, chego à conclusão de que vivo em fusos horários diferentes na sala, na cozinha e até no carro. Coisas minhas, certamente. Quando, no Domingo passado me dediquei, com competência, a alterar a hora de Inverno, reparei que todos os relógios de que dispunha mostravam horas diferentes: desde o relógio da cozinha ao relógio de pulso passando pelo despertador, pelo telemóvel, pelo computador e pelo leitor de vídeo, todos apresentavam diferenças entre um a dez minutos. A televisão costuma ser a solução, mas os locutores parecem mais interessados em descrever as filas junto aos Cabos d'Ávila e os choques na descida da pimenteira do que propriamente a debitar as horas e minutos.
Entro no carro. O visor mostra claramente menos 4 minutos do que o relógio da Comercial. Mas é na estação dos CTT que entro em pânico com uma assustadora diferença de oito minutos. No percurso habitual ainda encontro um daqueles relógios publicitários com a temperatura. Por esta altura, já não confio em máquina nenhuma.
Se algum dia me perguntarem as horas, já sabem. Olhem antes para o Sol.

Terraços

Casa da Música-Porto-Fotog. MJ

domingo, outubro 29

Blogger: "There were errors"

É o meu blog que tem algum problema, ou isto está a acontecer no blogger?
Desde ontem, quando faço post aparece esta mensagem de erro: There were errors. (Hide details ...) 001java.net.ConnectException:Connection Refusedblog/50/7/9/misspearls/
archives/2006_10_01_misspearls_archive.html À noite voltou a estar bem, mas agora dá erro de novo. Alguma sugestão? Obrigada

Ana Carolina canta Chico Buarque "Gente Humilde"

De volta

Não é só comprar bugigangas em Greenwich. Hora de Inverno em dia de Verão. Anda tudo ao contrário. Quem conhece Londres sabe certamente os estragos que a libra faz nas nossas carteiras. Porém, com mapa ou sem mapa, vamos conhecendo as ruas, os mercados, os cemitérios, os personagens da cidade e, cansados, descobrimos também os parques.
Atentos aos números das portas que fazem a cidade, como o inviolável nº 10 em Downing Street, no 212 da Baker Street quase se chega a acreditar que aquilo tudo existiu. Afinal de contas é uma ficção, assim como estes fins de semana.

sábado, outubro 28

Antes de partir

O sinistro Heathcliff a suspirar por Catherine, Catherine a supirar por Heathcliff, que por sua vez detesta Hindley, que desprezava Heathcliff, um complexo enredo com mortes, fortunas, falências, desnortes e despeitos em terrenos pantanosos.
Passear nestas charnecas de Yorkshire onde uivam os ventos, antes de partir para Londres, ainda com tempo para o Harvey Nichols. Hão-de concordar que isto de viagens sem embrulhos (inhos) estrangeiros, é um desconsolo.

Fim de semana

Com o sol da Sicilia, na esplanada do bar do pequeno porto de Marina Corta. Sem mapas nem diários e pouca bagagem. Um sossego. Salina

sexta-feira, outubro 27

6ª Feira

quinta-feira, outubro 26

Mesa para sete

Das situações mais constrangedoras que conheço é ter gente ao nosso lado a ouvir as nossas conversas. Ou pior ainda, a ouvir e a olhar para nós, ostensivamente.
Nem sei bem como chamar a isto, se voyeurismo, curiosidade, interesse ou simplesmente falta de vergonha. Claro que já ouvi conversas alheias. Quem não ouviu conversas dos outros? Em restaurantes, salas de espera, transportes, mas tenta-se disfarçar, desvia-se o olhar, fazemo-nos desentendidos. Tipo turistas.
Há uns dias, num jantar de amigos e devido à proximidade quase escandalosa das mesas, poder-se-ia dizer que as quatro criaturas da mesa do lado partilhavam ostensivamente a nossa comida, a nossa conversa e a nossa mesa. Enquanto nos entreolhávamos sem saber que pensar, lá iamos discutindo os nossos assuntos sérios como a qualidade do pão, o mau tempo e a segurança social. Em suma, má-lingua.
Um dos "convivas" do lado (praticamente sentado ao nosso colo, salvo seja), nem tentava disfarçar. Os restantes pareciam mergulhados nos nossos pratos, mas apesar de serem mais discretos, o silêncio na mesa era demasiado revelador.
Quando nos levantámos da mesa, pergunta-me um dos meus amigos: "Não olhe agora que estão de novo a olhar para nós. Mas conhece as pessoas da mesa ao lado?" "Não. Estava convencida de que você as conhecia".

5ª Feira

Post com mulheres dentro

Está encontrada a "culpa". Desde a atracção edipiana de D. Afonso Henriques, aos amores de Pedro e Inês ao lusco-fusco, sem esquecer D. Sebastião aventureiro em terras distantes embora omisso em doces descobertas, passando pelo pudor e pelo “ridículo” das cartas amorosas em Pessoa, sem escapar ao histórico culto mariano da espiritualização da mulher, não será por causa de todo este pesado enredo histórico que são da autoria de mulheres os blogues portugueses em que mais se funde o humor, a paródia, a têmpera, o desconcerto, a provocação e a vitalidade? A esta interrogação chama Luis Carmelo o "Exílio das mulheres portuguesas" e vem tudo no Expresso on-line. Um texto que termina com a referência a mulheres que por acaso escrevem em blogs. Ou melhor, blogs escritos por mulheres. Não interessa. Obrigada Luis

Mercedes e José (final)

Oriol Domènec segura com as duas mãos um caderninho envelhecido, como quem pega numa preciosidade. No seu interior, há folhas e folhas com letras desenhadas. "M" e "O". De Mercedes e Oriol. "E" e "D". De Elizalde e Domènec. Página ante página ante página. Desenhar letras não era proibido no reformatório onde Mercedes viveu durante quase dois anos, já casada com Oriol, mas ainda menor (tinha 23 anos e a maioridade em Espanha só se atingia aos 25 anos).
O pai dela, Salvador Elizalde, depois de tudo fazer para separar a filha do jovem revolucionário catalão, tentou ainda um último recurso. Trancada primeiro num convento e depois numa instituição para prostitutas e mulheres sem rumo, Mercedes ocupava o tempo a desenhar as iniciais do seu nome, lado a lado com as iniciais do nome do seu grande amor. Era a proximidade que lhe restava.
Segunda e última parte de uma fantástica história de amor entre um homem corajoso e uma brava mulher. Usando as palavras de Oriol: "Sempre teve uma garra e um optimismo incríveis. Sempre foi brava. Uma brava mulher!"

quarta-feira, outubro 25

Amanhã - Casa Fernando Pessoa

Na sessão de Outubro dos Livros em Desassossego (dia 26, às 21h30), o debate será em torno do Plano Nacional de Leitura, com a presença da coordenadora do projecto, Teresa Calçada, do escritor Mário de Carvalho e do jornalista Vicente Jorge Silva. O poeta António Osório apresenta Casa das Sementes, o novo volume dos seus poemas escolhidos, e o editor Alexandre Manuel (Casa das Letras) fala de três livros que viu recentemente editados e tem pena de não ter sido ele a publicar. Carlos Vaz Marques é uma vez mais o moderador.

terça-feira, outubro 24

Terraço

E mais uma ponte. Fotog. MJ

Bomba amiga

"Só vos digo que ameaça ser uma bomba, que sai amanhã ao mesmo tempo no Expresso Online e aqui no Miniscente... e que termina assim: " E diz que vem tudo em vários blogs escritos por mulheres " e digam lá se não é assim mesmo!? (e tenho a certeza de que o material de prova fica ainda no adro, tal como ficou para sempre nos meus ouvidos a Procissão de Lopes Ribeiro e Villaret)."

"Ameaça ser uma bomba" avisa o Luis Carmelo no Miniscente. Vindo de quem vem, só pode ser mesmo uma bomba simpática.

Mercedes e José

"Não me arrependo, nem nunca me arrependi de nada. Voltaria a fazer tudo de novo. Tudo!" Mercedes Elizalde tem 73 anos e um olhar que diz muito sobre a sua garra. Amanhã completam-se 50 anos desde que casou, contra tudo e contra todos, com José Oriol Domènec. Por ele, fugiu da mansão paterna aos 23 anos, com uma trouxa feita com a colcha da sua cama. Por ele, deixou para trás o conforto e o luxo, atravessou um rio a nado, esteve presa em Caxias. Por culpa de um amor proibido, foi fechada pela própria família num convento e a seguir num reformatório para mulheres sem rumo. Hoje, os dois catalães seguram na mão um do outro e sabem que valeu a pena. E Oriol, emocionado, repete vezes e vezes sem conta: "É uma grande mulher. Uma brava mulher!"
E assim começa este artigo no DN. Uma fascinante histórias de amor que a repressão não conseguiu dominar, e as aventuras recambolescas de um casamento proibido, com um capitão da polícia a judar os foragidos. Uma história de amor e de lealdade.
(continua amanhã)

Retrovisor

Depois da série "O tom dos blogs" e das entrevistas, o Luis Carmelo tem uma nova rúbrica no seu Miniscente. Chama-se Retrovisor e contém "Extractos de posts que dão conta do olhar (prevenido ou desprevenido) do blogger sempre que contempla pelo retrovisor a paisagem da blogosfera".
Ver os blogs com espelho de aumentar, diria eu.

Pela vida

Para defender o voto no Não no referendo ao aborto, diversos cidadãos criaram o Blogue do Não. Assim como eles, também penso que "a defesa da vida constitui não só um imperativo de consciência mas também uma questão civilizacional que pretendemos preservar." Assim como eles, considero que "os rótulos só metem medo a quem não tem convicções." Também eu entendo a intervenção pública como um acto de cidadania. Pela vida. Sempre pela vida.

Geração vinil

Uma musiquinha já algo requentada, da geração bastante vinil, mas que continua a soar-me bem. Secção "discos pedidos". Gilbert O'Sullivan. Claire.

segunda-feira, outubro 23

Comemora-se hoje o DIA INTERNACIONAL DA BIBLIOTECA ESCOLAR .

Dez anos depois de ter sido criada, a Rede de Bibliotecas Escolares abrange hoje mais de 537 escolas públicas de diferentes níveis de ensino.

Tanto a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas criada em 1987 pela Dra. Teresa Gouveia como a a Rede de Bibliotecas Escolares, têm sido, na minha opinião, alguns dos projectos mais consistentes nas áreas da Cultura e da Educação.

As bibliotecas escolares são hoje espaços agradáveis, atractivos, locais onde as crianças podem desenvolver actividades que vão para além da leitura (clubes de jornalismo, por exemplo), e ao mesmo tempo são lugares tranquilos e de descoberta.

Ir à biblioteca é viajar com os livros

É importante não esquecer que para muitas crianças, a biblioteca escolar é o primeiro lugar de contacto (e quantas vezes o único) com os livros, para além do manual escolar.

O saber aqui ocupa espaço. Em estantes baixinhas como os seus leitores. Dêem-lhes, pois, espaço e livros.

domingo, outubro 22

A chuva quando cai, não é igual para tod@s

Não tenho vida para isto

Ou por outras palavras: "o post mais demorado que alguma vez escrevi". Eu explico. Ontem de manhã apercebi-me de que o rato do computador (wireless) devia estar sem pilhas. Tento descobrir em mim uma mulher previdente. Em vão. Como geralmente acontece nestas situações, encontramos tudo menos o que se procura. À semelhança do que sucede em casas alheias, verifico as pilhas dos comandos da televisão, do video, do DVD, da máquina fotográfica e em algumas casas, os interiores de alguns brinquedos. Nenhuma servia, claro. O costume. Na ida ao supermercado e a olhómetro, comprei uma caixa de pilhas XPTO de aspecto fantástico. Chegada a casa, e sem abrir a caixa, rapidamente concluo que me enganei no tamanho das ditas cujas. Aproveitando nova saída, compro mais uma caixa de quatro pilhas com dizeres "Rechargeable". Introduzo as pilhas e nada. Tiro as pilhas, volto a colocar, ligo, desligo e o cursor mudo e quedo. Tento um rato com fios que se encontrava algures numa caixa. Reparo que está estragado (não sei os termos certos para os conteúdos daquela coisa roxa) e por isso se encontrava na caixa. Agora já está no lixo. De repente tornei-me inteligente: se as pilhas são recarregáveis, então necessitam de ser carregadas. Constato rapidamente que o carregador das pilhas da máquina fotográfica não serve para estas. Procuro impacientemente um culpado para tanta incompetência, e não me ocorreu nenhum. Por acaso até ocorreu, mas não é para aqui chamado. Numa última tentativa de tentar compreender a situação, volto a examinar as pilhas XPTO que tinha comprado inicialmente e reparo que afinal servem. O mistério estava nas letras. Tinha uma gaveta com 8 pilhas AAA. Já uma vez tinha escrito o post mais caro neste blog. Este demorou oito horas de total incompetência, no mais puro estilo "troll".
De facto, a bricolage não é para todos. Mesmo com livro de instruções.

De volta a California

Uma viagem pela costa do Pacífico, com sol e sem nuvens, numa visita a Bodega Bay. Pássaros, não vi nenhum. Estava lá a entrada para o porto, a escola, o bar, mas nada de bichos ruidosos. Ainda com tempo para uma passagem pela Portuguese Beach. Estamos por todo o lado.
Para a semana voltamos à Europa, com romances em montes uivantes e mistério em comboios e ruínas.

sábado, outubro 21

Uma passagem por Las Vegas

Não é certamente pelo jogo, nem pelo Tangiers, o casino que nunca existiu, mas pelo fascínio de tantas imagens, inúmeras histórias, personagens singulares, neste lugar único que é Las Vegas. O império do jogo, do poder e do dinheiro, cruzado pela decepção. "(I Can't Get No) Satisfaction.

sexta-feira, outubro 20

E para este fim de semana

mesmo com chuva, começa nas ruas de New York. Uma manhã a ouvir a Jukebox do Anarca Constipado. Do melhor.

Ora bem

Desconfio que vamos andar de referendo em referendo até ao sim final.
Sobre a questão do aborto, no Portugal dos Pequeninos um excelente post sobre as prioridades e operacionalidade do SNS no caso da despenalização vier ocorrer.
Por mim, podem fazer referendos todos os anos que a minha resposta será sempre a mesma: Não, claro que não. Clarinho como água. Já não tenho idade para conjunções adversativas. Só o bom senso de respeitar quem não pensa como eu.

quinta-feira, outubro 19

A manta

"Lá teremos que ir buscar a mantinha, minha querida. Para os nossos serões, que já não podemos com o frio nos joelhos". Queixava-se ontem uma querida amiga já idosa, do aumento da energia.
"E um chá quente?" ria-se o marido. E contava, trocista, pela enésima vez, as peripécias daquele-cujo- nome-não-pode-ser-pronunciado* quando recebia visitas, nomeadamente as dos Ministros.
Deixei-os entregues a habilidades contabilísticas. São as culpas no cartório, dizem eles. Despedi-me a pensar que a dignidade não paga taxas moderadoras.

Blogging

Marc Chagall. Birthday. 1915 no MoMA
Parabéns ao Jansenista. Dois anos de bom gosto e onde tenho aprendido muito. Seria imperdoável não falar na excelente música, na colecção de cartoons, selos, terraços, salas com livros e um inteligente sentido de humor.
Uma longa vida blogoesférica.
Ao Rodrigo Adão da Fonseca do Blue Lounge e ao Paulo Pinto Mascarenhas do blog da Revista Atlântico, muito obrigada pelas palavras tão simpáticas. Espero que lá no Corta-Fitas não se arrependam do convite.
Um especial agradecimento ao Miguel Marujo da Cibertúlia por tantas sugestões americanas no BIG SUR.

quarta-feira, outubro 18

A árvore do costume

Suponho que hoje vai haver enchente de carros e malta em verde Alvaláxia, lá para os meus lados. Quando regressar, espero bem que a árvore do costume ainda esteja desocupada para poder deixar o carro, lá bem em cima, devidamente encostadinho aos galhos.

Good fellow

Não se lhe veêm os olhos, a boca, o focinho e tem os dentes tortos . Ignora a gata Camila apesar de viverem em união de adquiridos. Gosta de óculos caros, sapatos, pernas de cadeiras, mesas, livros, cadernos, canetas, casacos, cintos, gorros, e é um grande apreciador de todo o género de CDs. Tem um especial afecto por meias, em particular meias de lycra, mas não é esquisito. Morde uns bonecos mais que nojentos e nutre um grande afecto pela Mulher Elástica decepada e por um urso amarelo sem uma pata. Espertalhaço, vive da benevolência e da total falta de autoridade de todos os que o rodeiam, com resultados desastrosos para tudo o que se encontra à mão e ao pé também.

Mas é um amigo. A qualquer hora do dia (ou da noite) lá está ele aos saltos para nos receber.

Post dedicado à minha irmã T.

terça-feira, outubro 17

Voice mail

Não posso deixar de ficar eternecida quando vejo que pesquisam no google "blog da miss pearls". É como bater à porta ou tocar à campainha. Tivesse o blog visor incorporado e falávamos pelo intercomunicador.

Teatro

No Rivoli no Porto, lá está o culpado do costume. O malandro. Uma pérola assim só podia vir da França. O tempo que gastam com estas coisas, os patuscos dos franceses.

"Bons ares"

Karlovy Vary -Rep. Checa
Marianske Lazne - Rep. Checa

Elm Street

Creio que já devo ter falado nisto, mas o assunto veio de novo à conversa e sinceramente, não resisto. Até pode ser que ninguém tenha lido ou se tenha esquecido.
Discutia-se o Ensino Superior, cursos, professores e até chegarem aos pesadelos, foi um saltinho. Falo de sobressaltos, suores frios e uma infinidade de terrores nocturnos que perturbam o sono e transportam agitadamente para o passado. Pesadelos com cursos incabados, cadeiras por terminar, chumbos, diz-lhes alguma coisa? Pois só ali num instantinho se confessaram dois traumatizados do Direito, um com fracturas expostas de Fiscal e outro desgraçado com Reais. A M. coube-lhe uma cadeira tenebrosa que envolvia a divisão de palavras em árvore, gramática generativa ou algo semelhante. Foi com esta matéria completamente inútil que conheceu Chomsky e com os anos, a animosiade contra a criatura não tem parado de aumentar. Quando há dias lhe viu a fotografia num livro nas mãos do Chavez, voltou-lhe a vontade de bolsar.
Eles andam aí: gente com suores frios, pesadelos com cursos inacabados e ninguém dizia nada? Pois, não têm blogs.

segunda-feira, outubro 16

Roupões & copos de água

Com a chuva a cair nos terraços, dediquemo-nos ao termalismo antes que feche a época termal. Copos de água, duches quentes e frios, banhos variados, roupões turcos, massagens, um livro, jogos de canasta, mais banhos, algas, vapores, comida ligeira e deitar cedo. De cansaço.
Exposição 'António é o meu nome', Rómulo de Carvalho na Biblioteca Nacional.
"Através das obras impressas e dos manuscritos e outros documentos originais que compõem o Espólio Literário, generosamente doado à BN pela Família do escritor, com relevo para o universo poético do autor de Teatro do Mundo e de Máquina de Fogo, a exposição procura reflectir a dimensão compósita de Rómulo de Carvalho/António Gedeão, alquimista da palavra, mesmo expressamente, num todo humanístico-científico à maneira renascentista."

domingo, outubro 15

Lifting

Como já devem ter reparado, o blog foi submetido a um lifting levezinho, sem anestesia geral nem internamento. Mãos sábias, pacientes e amigas trataram-lhe da saúde com cuidado e bom gosto. Obrigada ao Jorge por ter aturado as minhas indecisões e trapalhices. Espero que gostem. Com a mudança de estação, acho que este refresh só lhe fica bem. Pequenos apontamentos, como agora se diz.

New blogs on the block e parabéns

Aos blogs Estado do Tempo , Dona Redonda (obrigada pela música), Frente fria, Something’s burning [or a fancy name for Esturrico] da Elise e da Alaíde, 858, Contos Exemplares, Al-xaradjib, La marée haute, Palácio das varandas, Linha dos Nodos , Breve história sem tempo e Às Quintas há Cozido, obrigada pela referência. E também ao Esmaltes e Jóias (um blog com parentesco distante pelo lado dos adornos) e ao Acossado, ambos entendedores de literatura underground. Parabéns à Sociedade Anónima. Um ano de existência ocupado pela escrita de mulheres felizes, preocupadas, divertidas, desiludidas, românticas, práticas, magoadas, ocupadas, com cabelo pintado, que engordam, que emagrecem, que fumam, que não fumam, enfim. A todas, os meus parabéns, desta vossa leitora.

E para terminar o fim de semana

de ficção, nada como um banco imaginário em Manhattan , no filme, no Riverview Terrace, a ver o pôr do sol nas sombras da ponte.
George Gershwin, "Someone To Watch Over Me" ( clicar para ouvir )

sábado, outubro 14

Neste fim de semana

Da Georgia para a California, um passeio por Carmel, cidade onde Clint Eastwood foi Mayor. Quem sabe se ele não aparece para almoçar? (Para a A.C: ainda falta a Carolina do Sul)

sexta-feira, outubro 13

Neste fim de semana

Passeando em Savannah, pelos jardins, por Mercer House com as excentricidades e as festas de Natal de Jim Williams.

Geração (completamente) vinil

"God only knows" - Beach Boys, na secção "Discos pedidos".

All about M.

É inútil e uma perda de tempo. Ao perguntarmos a alguns homens, quem é M, por exemplo, é escusado pensar que obtemos uma resposta. Quanto muito cerca de meia dúzia de palavras como "trabalha numa empresa mas não sei qual". Olha que novidade, que excesso de informação, ou seja, nada de relevante. Dito de outra forma, não é isso que se quer ouvir. Criaturas mais mãos largas com as palavras, poderão eventualmente referir-se à idade, geralmente uma coisa vaga, no género "mais nova que tu". Desconfio que seja alguma estratégia para desmobilizar. Ora se perguntarmos a algumas mulheres quem é M, não há quaisquer manobras dilatórias, digamos assim: " A M? Foi minha colega na Faculdade, uma bronca, praticamente analfabeta, uma panhonhas, nem sei como terminou o curso. Casou rica. Olha, por acaso encontrei-a na semana passada na Castilho. Estava a comprar uma botas caríssimas. Um desperdício. Ela e o marido compravam sempre os sapatos ali, disse ela cheia de manias. Quem a viu e quem a vê!! Queixou-se que o início das aulas é uma canseira, tadinha. Nem trabalha! Grande lata. Mas o que querias saber? - Já me esqueci.
The Dries Van Noten team no The Sartorialist. Um vício diário. Social diary and party pictures. Em suma: o New York Social Diary Restaurantes, nightlife, artes, eventos, shopping, films, moda, o melhor de NY no New York Magazine Tudo o que interessa numa cidade a sério.

quinta-feira, outubro 12

POEMA À MÃE (...) Não me esqueci de nada, mãe. Guardo a tua voz dentro de mim. E deixo-te as rosas. Boa noite. Eu vou com as aves. in «Os Amantes Sem Dinheiro» (1950) Eugénio de Andrade

quarta-feira, outubro 11

Enquanto não chega o frio

Quem vê caras....

Não fosse a excelente prosa do Miguel, e este seria positivamente um "post falado".
Já não falo de corações que as caras a esses não os veêm de tão insondáveis. Então aqui vai um post a meias, a meu pedido. Escrevemos sobre caras e pessoas. Ou melhor, o Miguel escreve, eu faço que escrevo. Mero exercício de ficção e uma apreciação feita de enganos, certamente. Mas lá está, isto é um blog e nada mais que um blog.
"Dizia há anos Alçada Baptista, com muita piada, que cada qual é, após os 30 anos de idade, responsável pela cara que exibe. Haverá, decerto, uma curta margem de erro ou exagero na afirmação. David Hume, uma das cabeças mais brilhantes do século XVIII, espantava quem dele se acercasse pela extrema feiúra e pela expressão quase alvar: uma boca em forma de melancia talhada, sempre aberta de espanto, comissuras onde se acumulava baba, olhos esbugalhados e faces retalhadas pela varíola. Mas a excepção não faz a regra. Olhando para um daqueles impiedosos retratos que Goya pintou para a família real espanhola, ali vemos o catálogo das variações que o carácter assume na mesma árvore de pedigree: moleza, concupiscência, brutalidade, loucura, deslumbramento, vazio interior. Só se salvam as crianças, sempre bonitas por que inconscientes. A caricatura, que acentua os traços do ridículo, é o veículo por excelência da retratação.
Em Daumier, esse génio implacável, deputados, juízes, prelados, capitalistas e povo miúdo disputam o primeiro lugar na obscena teratologia do horror. Cada um mais repelente que o outro. Se nuns predomina a crueldade, noutros a gula e a depravação assumem a dianteira, para noutros, ainda, a hipocrisia, a dissimulação e a doença da santidade tomarem o controlo da expressão.
Olhemos para uma fotografia. Fitemos os olhos. Está lá tudo. Pálpebras carnudas, olhar mortiço (ou bovino), inacção dubitativa, moleza orgulhosa. Olhos profundos, grandes e caídos, intensa actividade interior. Olhar espantado, desorbitado, loucura, luxúria, desprezo por tudo. Depois, a posição do queixo. Um queixo recuado, cobardia, inibição, dentadas silenciosas, traição potencial."(Miguel)
Gravura María Luisa de Parma - Goya
Há uns dias, numa cidade de província, entrei numa perfumaria daquelas com um balcão à antiga, com os perfumes e cremes ao alcance dos olhos e não das mãos (uma raridade), com empregadas à antiga, mas em tudo o resto semelhante às modernas. (Por falar nisso, desconfio que as águas de colónias avulsas, vendidas ao litro, dentro de uns frascos lindos, já só se vendem em drogarias.) Quando digo empregadas à antiga falo de gente solícita que sabe do que fala, aconselha com bom senso, sugere com discrição, lisonjeia com sobriedade e enaltece com critério. Tratamento aconselhável para dias de bad mood, cabelo pingão, chatices no emprego, problemas em casa, fuga à rotina, pagamento de impostos, desgosto de amor ou simplesmente em dia não.
Quando ouvi uma das empregadas, senhora perto da reforma, perguntar em que posso ajudá-la Madame, instintivamente olhei à volta para saber com quem estaria a falar. Ai, que eu era a Madame. Eu e as outras duas senhoras que entraram depois de mim, enquanto me entretinha a descobrir qual o fresquinho mais milagroso. Éramos todas madames.
Para esta empregada de escola antiga, na sua loja não havia diferenças: caras, corações, ostentações, dinheiro, falta de dinheiro, arrogâncias, simplicidade, desprezo, educação, gentileza, ignorância, rudeza, a tudo era imune e distante. Eram todas madames.

Terraço

terça-feira, outubro 10

Parabéns minha querida.
Gostamos muito de ti.

Sarah Vaughn - Somewhere Over The Rainbow

Suburban tale

E que tal obrigar os autarcas a viver por uns tempos nas urbanizações cuja construção autorizaram? Falo naqueles loteamentos género caixote em que as ruas têm números e onde os acessos são feitos de lama e pó por muitos e longos anos. Só por uns tempos. Depois podiam voltar para as suas residências solarengas.
Assim, quando a família os fossem visitar ao bloco 457, 14º Lateral, letra XYT da sua residência na Rua 457 Projectada à Travessa 765, teriam oportunidade de mostrar as obras que deixam às gerações vindouras.
Imaginemos um diálogo (ficção, claro) com os netinhos, estes já com consciência ambiental adquirida na escola:
- Avôzinho, porque não há passeios nesta rua? - Foi o Presidente seguinte que não os construiu, meu filho.
- Avózinha, porque não há árvores neste bairro?
- Olha bem para a placa à tua esquerda netinho! Já viste o lindo pavilhão multi-usos que mandei construir?
- Avôzinho, onde está o parque infantil para os meninos brincarem?
- A rotunda com o repuxo, netinho. Muito importante. Quando fores crescido vais compreender.
- Vamos comprar um gelado ali à frente netinha?
- Avózinha, não atravesses a rua assim! Não vês que os carros vão muito depressa? Temos que atravessar na passagem aérea naquela rua lá ao longe!
(Como o autocarro 566-b foi eliminado, netos e avós recolhem a casa na Carreira 342 após 45 minutos de espera).

Blogging

(Zurique-Lago)
Sobre Raymond Carver, um dos meus autores favoritos, o post do Pedro Correia, no Corta-Fitas:"O universo de Carver é povoado de quadros agrestes, de visões desencantadas de um quotidiano onde a esperança há muito deixou de morar. É um mundo citadino, contemporâneo, cheio de personagens que andam à margem do afecto - um mundo de vencidos da vida, confrontados com a erosão de toda a espécie de ideais. (...) De que falamos quando falamos de amor? De tudo isto: nenhum caminho é tão estreito como o que nos conduz à ilusão da felicidade. Carver, que teve uma vida dura e dolorosa, sabia bem do que falava. Falava de sentimentos em convulsão. Falava de cada um de nós, afinal - e dos frágeis fios que emprestam estabilidade emocional à vida. "
Do Eduardo Pitta, um texto com tudo, sobre a construção de uma torre de 100 metros junto à marina na vila-mártir de Cascais: "No tempo de Judas, foi possível construir uma Reboleira de luxo nos terrenos, então devolutos, que se situam entre a Praça de Touros e o Farol da Guia. O resultado é dantesco. Entrou Capucho e a área construída aumentou. No downtown, junto à estação de comboios, continua de pé um centro comercial que até na Brandoa seria ridículo. (...) O ponto não é a marginal de Cascais. Nem sequer a anunciada torre de 100 metros na marina. O ponto é a petição. Não está em causa a sua oportunidade. Mas em Lisboa e Cascais, onde a generalidade dos condutores acha natural estacionar em cima dos passeios, mesmo quando há lugares vagos de parqueamento ao lado, e onde muita gente deixa o carro estacionado em segunda fila (...) como é que petições em nome da qualidade de vida podem ser levadas a sério? Era mais eficaz começar pelos pilaretes, como acontece em todas as cidades civilizadas, de Londres a Madrid. E então, depois de disciplinada a rua, olhar para cima."

segunda-feira, outubro 9

Inauguração e corta-fitas

Ainda não sei bem o que escrever nem quando vou escrever, mas sei que vou escrever no Corta-Fitas. De vez em quando, com muito gosto e com cuidado para não estragar nada.
Sinto-me bem por lá, o ambiente é agradável, pode-se fumar à vontade, rir alto, falar sem constrangimentos e o serviço de bar é um luxo. Os outros autores, mesmo não os conhecendo, acho-os muito simpáticos. Agradeço a todos terem-me convidado e até breve. Encontramo-nos por não tarda nada.
De resto, estarei aqui, no meu blog, sweet, blog.
Imagem do Gato Maltês

Rica vida

Casa Chanel - Bahnhofstrasse
Paradeplatz
Confiserie Sprungli

Home

No aeroporto ouço: - Ainda tem o Expresso e o Sol? - Temos sim. - Levo os dois e não se esqueça do filme. Estou em casa.

Rica vida

Depois de Viena e Dublin e agora em Zurique, constato que estes indígenas têm em comum o gosto de frequentar jardins e lagos. Está bom de ver que são gente pobre, ignorante e atrasada que liga a estas minudências, autênticos empecilhos ao crescimento urbanístico e ao desenvolvimento económico. Por cá também temos os nossos jardins no centro da cidade. Falo da experiência alucinante que é passear no Campo Grande e atravessar o jardim (em passo e corrida e carteira apertada) pelo túnel tão encantador. Também temos o Parque Eduardo VII. Pois. E não me estou a esquecer do Jardim da Estrela. Estou a guardá-lo para os tempo de reforma com a bisca de quatro.

Reparo com alguma surpresa que esta gente não gosta de trabalhar. Por volta das 17.30, junto à zona dos bancos, é vê-los nos bares à volta de um Campari. Não vão longe.

Também ouvi falar português, claro. Logo pela fresca, a senhora que servia o pequeno almoço no hotel, era decididamente da zona de Viseu. À noite cruzei-me com algumas brasileiras e pelo que pude escutar da conversa, claramente não eram turistas. Os espanhóis estão por todo o lado. Pela montra, espreitei para o interior da Cartier. Tinham um ar sério, as senhoras sentadas à frente de empregados elegantes e de muitas caixas abertas.

O dinheiro tem um dress code muito especial.

Neumarket

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