quinta-feira, fevereiro 28

Entretanto na blogoesfera

festejam-se aniversários de blogs que vão ficando cada vez mais frescos com a idade. Foguetes, palmas e uma caixa gigante de Leonidas, o meu chocolate favorito, para festejar os quatro anos do Controversa Maresia, do Blasfémias e os dois anos do Insurgente. (Disparate o meu, 3 anos, claro) São já sítios pertencentes ao património blogoesférico, classificados com muitas estrelas, de alta qualidade e atendimento personalizado, como o Inverlochy Castle . (Ver fotografias de hotéis de luxo na Escócia tem algo de masoquista, confesso.) Parabéns e obrigada aos autores destes blogs. Um abraço, Sofia.
Que prazer não ter agenda para escrever

nem cumprir um dever.

Palavras

Doze palavras de que não gosto.
Foram estas as palavras que se conseguiram arranjar durante uma curta viagem de metro, felizmente silenciosa, já no final da tarde:
Regurgitar * ortodôncia * prócere * fruição * badana * ensejo * loquaz * depauperado * antanho *ignaro.
"Enfermam*" de falta de imaginação, mas foi com boa vontade. Coitadinhas*
Fotografia: Perfume Tabu

Frank Sinatra "The shadow of your smile" Daqui

quarta-feira, fevereiro 27

Tiras doces















Há uns dias, na Baixa, fui abordada por uma jovem que procurava alfarrabistas. Depois de lhe ter indicado dois ou três, tentei saber o que pretendia, pois receava que poderiam não ser os locais mais indicados. Respondeu-me que procurava banda desenhada "antiga", que a actual tinha muita violência e, sem mais, lá subiu a Rua Nova do Almada. Desconfio que não se safou com as indicações que lhe dei: isso de ser "antiga", tem que se lhe diga.
Entretanto, mão amiga fez-me chegar estas relíquias que as crianças liam há alguns séculos atrás. Era chamada a leitura de praia, a qual haveria de ser trocada, anos mais tarde, pela colecção Vampiro, comprada com o dinheiro das férias que era costume a família oferecer. Eram outros tempos, em que as famílias se mudavam de malas e bagagens para junto do mar. Tempos em que duzentos quilómetros eram quase o fim do mundo.
Já aqui falei do Riquinho, o pobre menino rico. A Brotoeja era uma personagem absolutamente fanática por bolinhas, o que hoje em dia seria alvo de artigos, livros, entrevistas com especialistas e longas sessões de pedopsiquiatria. Por outro lado, livros com personagens como a Bolota e o Bolinha, seriam agora totalmente impensáveis, banidos, proibidos, repudiados e acusados de fomentar a obesidade, hábitos alimentares perigosos e de não promoverem estilos de vida saudáveis.
À semelhança dos cigarros de chocolate, nunca vi nenhuma criança obesa por se ter rido com os disparates hiper-calóricos do Bolinha e com as doces aventuras gastronómicas da Bolota. É possível que criem alguma influência sobre as crianças, não sei. Recordo vagamente que essas histórias tinham algum sentido moralizante, por assim dizer, com os personagens enfastiados de tantos doces. Hoje em dia, em vez da banda desenhada seriam candidatos à banda gástrica.
Dizem-me que estes livros de banda desenhada também (já) são livros antigos. Mentira! O "Recruta Zero", esse sim, há anos que está reformado!

terça-feira, fevereiro 26

segunda-feira, fevereiro 25

"There is some angels in this city."*

Nicole Kidman foi a mulher da noite. A forma como apresentou o prémio foi sonsa e insonsa, mas valeu-lhe o sorriso, o penteado e as jóias. Este ano, os vestidos com uma alça só e os cabelos apanhados tipo rabo-de-cavalo estiveram em alta, com excepção para o penteado da Cameron Dias. Até eu faria melhor com um par de ganchos. Continuando com as estrelas, os olhos da Renée Zellweger pareciam ter minguado, a Katherine Heigl estava tão maravilhosa quanto nervosa, o vestido da Calista Flockhart era fantástico apesar dos braços-palito, a Helen Mirren elegante, assim como a Kate Blanchett e a Jessica Alba. Sobre o Jon Stewart, o Javier Bardem (sem Penelope), e o George Clooney nada a dizer. Já agora, foi impressão minha ou a namorada deste último tinha pouca graça? Robert Boyle explicou o que era um "producer designer" numa vida cheia de cinema, recordando alguns dos filmes de Hitchcock, com quem trabalhou, grato pela oportunidade de ter participado nessa viagem maravilhosa "this wonderful journey of being in the movie". O Tom Cruise não apareceu, não vi o Michael Moore e o Al Gore também não, o que não desdourou o espectáculo. Sobre o Presidente Bush nem uma palavra, se bem que a Julie Christie e a Sally Field estivessem entre a assistência. Houve ainda uma montagem de cenas com abelhas apresentada por Jerry Seinfeld na voz do "Bee Movie" e uma homenagem a binóculos e telescópios no cinema, com filmes como a "Janela indiscreta" e "Caça ao Outubro Vermelho". As montagens foram, aliás, motivo para piada por parte de Jon Stewart: "had the writers' strike continued, they would have had to pad the show with even more montages."
Por esta altura já terão percebido que dos filmes pouco ou nada tenho a dizer. Deixo isso para quem sabe. O apresentador sabe do que estou a falar :"In case you're wondering what we all do here during the commercial breaks, mostly we just sit around making catty comments about the outfits you're all wearing at home."
*Marion Cotillard

domingo, fevereiro 24

Oscar 2008: video promocional

Ricos pés


O que é que eu tenho em comum com o George Clooney, Daniel Day Lewis, Javier Bardem, Cate Blanchett e com os irmãos Cohen? Um par de Havaianas. Não exactamente os mesmos modelos, mas não deixam de ser Havaianas, as sandálias mais famosas do Brasil. Lá dizia o Jorge Amado que calçam "do mais pobre ao mais rico".
No Oskar Basket (um cesto fantástico), que todas as nomeadas ao prémio irão receber hoje à noite, vão estar um par de Havaianas Slim Crystal Mesh, douradas, com as tiras todas bordadas com cristais Swarovski e para os meninos, o modelo Top Metalic, também dourado.
Seja para pé rico ou pé de pobre, o sol quando nasce é para todos.

sábado, fevereiro 23

Outro cowboy: 007 Casino Royale

Fruto da modernidade

Num espaço de poucos anos, além das inovaçõs tecnológicas nas áreas das comunicações, da medicina, dos transportes, na indústria, etc. etc. as alterações dos nossos hábitos alimentares têm sido visíveis um pouco por todo o lado. Basta reparar na tremenda oferta de novos produtos que os espaços comerciais têm vindo a introduzir no nosso mercado. Sem falar, claro, nas lojas especializadas, nas grandes superfícies diferenciadas e mesmo em restaurantes de paladares mais distantes.
Podia aqui falar de queijos, massas, vinhos, compotas, e tantas outros produtos que há meia dúzia de anos só existiam, a preço de ouro, em pouquíssimos estabelecimentos só conhecidos por quem tinha bolsa farta para os comprar.
Mas este post é sobre fruta, não sobre a fruta da época, mas a que nos chega de todo o lado, fresca, em calda, congelada, devidamente conservada e aromatizada, tantas espécies que desconheço, que nunca provei e que só reconheço pela respectiva legenda.
Longe vão os tempos dos citrinos da horta, do melão, melancia, cerejas, morangos, pêssegos, nesperas, figos, romãs e, de tempos a tempos, as bananas e o ananás trazidos da capital ou de algum estabelecimento de província mais requintado. E ainda me recordo de quando surgiram os kiwis e os maracujás, coisa fina lá dos trópicos. Os mais novos julgam que sempre estiveram nas fruteiras juntamente com as pêras e as maçãs, que os cocos se vendiam ao lado das uvas e das ameixas e que se fazia mousse de manga com a mesma facilidade como se prepara a mousse de chocolate. Talvez julguem que os arandos, os mirtilos, as amoras e as framboesas só existam em saquinhos no congelador, mas isso já é outra conversa.
Por mim, ainda consigo dar alguma explicação sobre goiabas, abacates, papaias ou lichias. Já quanto a carambola, acerola, anonas e outras dezenas de frutas que mal conheço por essas bancas fora, só mesmo com livro de instruções.

sexta-feira, fevereiro 22

'Find the Celebrity in You'

Descubra a celebridade que há em si!
Uma simples fotografia é suficiente para descobrir a sua alma gémea em Hollywood ou na high society. Nada como experimentar. Certamente que vai ficar encantada por descobrir que entre si e a Sharon Stone ou a Princesa Carolina do Mónaco, a diferença está unicamente na conta bancária. De resto, praticamente manas.
Tudo aqui, através do fantástico MyHeritage face recognition
(E depois conte-nos tudo)

Cinemas de província

Cine Teatro Avenida - Castelo Branco (foto)

Memórias de um Albicastrense sobre o cinema ao ar livre no Parque da Cidade: "Cresci dentro dele e a olhar para ele. Que saudades do cinema ao ar livre e dos concursos dos vestidos de chita, dos espectáculos de variedades... Os Noivos eram o seu encanto mais belo! Mas o tempo não perdoa, para o bem e para o mal e dentro de ti nasceu um novo parque(...)"

"The Magnificent Seven"

Intervalo

O Gabriel Silva criou o XIX, um blog para artigos de jornais e revistas do Século XIX.
Só podemos estar agradecidos pela iniciativa.
*
A exposição Sphaera Mundi: A Ciência na Aula da Esfera na Biblioteca Nacional está francamente boa. Na inauguração, onde estiveram diversos matemáticos e alguns conhecidos cuja sabedoria admiro, foi também apresentado um excelente catálogo. E cito parte da introdução do mesmo, da autoria do Comissário da exposição, Henrique Leitão: "A "Aula da Esfera" é também singular no panorama da história da Ciência portuguesa, pois nenhuma outra instituição de ensino científico foi tão internacional. Fazendo parte da rede supranacional de centros de ensino da Companhia de Jesus, as actividades no Colégio de Santo Antão beneficiaram sempre de imensos recursos e contactos internacionais que essa extensa rede de colégios jesuítas possibilitava. Durante o período em que funcionou, a "Aula da Esfera" teve mais de três dezenas de professores, dos quais cerca de um terço foram estrangeiros (...) Além disso, pela "Aula da Esfera" passaram muitos outros jesuítas-cientistas europeus, em trânsito para missões asiáticas, num processo de circulação e de transmissão científica (pesoas, livros, instrumentos, ideias) talvez nunca igualado no nosso país. (...)"

quinta-feira, fevereiro 21

"Make my day"

Clint Eastwood in Sudden Impact (Dirty Harry)

quarta-feira, fevereiro 20


"O livro, esse grande objecto"

Um artigo publicado recentemente na edição em linha da BBC News, colocava a questão: “Ler livros torna-nos mais espertos?”, a propósito da iniciativa “Ano Nacional de Leitura” lançada a passada semana pelo Primeiro Ministro britânico.
Pois é sobre livros que esta coluna trata neste número, mas nada de crítica literária, pois isso fica para quem sabe. Mas até (me) soa bem poder afirmar que os livros são parte fundamental na minha vida, o que é uma boa verdade. Apesar desta coluna se chamar “Geração Vinil”, esclareço desde já que não usa chinó, lentes grossas nem fatos mal amanhados, estereotipo estafado da figura de bibliotecária, também conhecida por “the shhh people” expressão engraçada pela qual são (ou foram) chamados estes técnicos do livro. Falo de livros enquanto objectos e não necessariamente de leitura. Como poderão imaginar, os processos de tratamento de que os livros são alvo, nada têm de romântico: uma secretária cheia de obras à espera de serem classificadas, catalogadas e cotadas não se compadece com os prazeres da leitura nem com obras primas literárias. Dito de outra forma, um livro do Philip Roth leva exactamente o mesmo tratamento que um livro de receitas de sushi. Pode parecer injusto, mas é assim.
Estamos bem longe da ideia romântica da imagem da bibliotecária a namoriscar entre estantes de madeira, como Spencer Tracy e Katharine Hepburn no filme "Desk Set”, a loura Carole Lombard enroscada nos braços do Clark Gable em “No man of her own” ou uma Betty Davis destemida, no filme “Storm center” em pleno “mccarthismo”. Coisas de filmes a preto e branco, como os microfilmes.
Porque uma bibliotecária, a cores e na vida real, rodeada de códices, obras de botânica, estampas, mapas, romances ou de bases de dados em linha, com cheiro a livros de tinta fresca ou amarelados do tempo, procura, acima de tudo, fazer chegar o seu trabalho junto dos leitores o mais breve possível. Em vez da fantasia das metáforas, da sintaxe apurada da obra e da beleza da escrita, o bibliotecário suspira por um índice bem construído que lhe há-de ser de grande utilidade quando tiver que a classificar.
Para além dos livros que estão à nossa guarda, existem também aqueles que nos oferecem e não lemos, aqueles que vamos comprando e os nunca abrimos, aqueles que damos porque gostaríamos de os ler, aqueles que gostaríamos de ter e nunca compramos por serem caros, aqueles que começamos a ler duas, três vezes e nunca os acabamos, porque entretanto dois ou três outros vão entrando e têm os mesmo destino(1). Sem esquecer os livros que se compram com gula, por causa da capa, pelo retrato que lá está ou seduzidos pela badana, mesmo que o recheio seja, (e é tantas vezes) uma enorme desilusão. Como costuma dizer um amigo, com especial acerto, basta colocar as fotografias ou as imagens certas numa qualquer compilação de receitas de pudins em banho-maria para se tornar um estoiro de vendas.
Para além do seu valor literário, patrimonial ou estético, pouco se fala do livro enquanto objecto. Por mim, parece-me bem que cada um fale do que conhece e “classifique” como sabe.
(1) "Se Numa Noite de Inverno Um Viajante", de Italo Calvino

Maria Isabel Goulão (Bibliotecária) para o número de Fevereiro da Revista Atlântico

terça-feira, fevereiro 19

As nossas coisas

Desconfio que há por aqui pouca gente que não tenha sabido de casos de inundações em casas de familiares, amigos e conhecidos, ou até tenha tido a pouca sorte de ser um dos afectados. Durante toda a manhã choveram (salvo seja) telefonemas com notícias de garagens com água pelos joelhos, caves com objectos a boiar, arrecadações escoadas com baldes, telhados danificados e um sem número de desgraças, muitas delas de difícil recuperação. Durante a noite, gente de sono pesado despertou com trovões colados à janela e crianças acordaram assustadas. E foi uma manhã cor de chumbo que descobriu uma cidade danificada pelos elementos e maltratada pela incúria dos homens. Foram horas de trabalho desperdiçadas a recuperar os destroços da água e da lama, brinquedos de crianças sem salvação, tapetes ensopados, livros esfarrapados, electrodomésticos sem reparação e tantas coisas que dificilmente voltarão a ser as mesmas. Na rua, a família de chineses fez o que pôde com vassouras e baldes na loja inundada acabada de abrir, estão carros meio submersos dentro e fora dos prédios e a televisão vai dando imagens assustadoras de ruas, túneis, estradas, estabelecimentos comercias e habitações onde a força da água entrou irracionalmente, onde quis, como quis, sem obstáculos nem barreiras.
Desta vez a televisão mostra também a nossa realidade e a nossa desolação ao vivo e a cores. Nada disto se passava em países distantes onde os elementos parecem andar sempre loucos, em locais que não reconhecemos, com imagens que não nos tiram o sono nem a vontade de jantar. Desta vez foi o nosso sono interrompido, as nossas casas inundadas, as nossas coisas estragadas e nada ainda voltou à normalidade. Fazem-se contas à vida, aos prejuízos e adivinha-se a maçada que está para vir.
Desta vez, a expressão "ocorrência" bateu-nos à porta, ou melhor, entrou pelas portas dentro.

segunda-feira, fevereiro 18

Exposição "Sphaera Mundi: A Ciência na Aula da Esfera"

Sphaera Mundi: A Ciência na Aula da Esfera
Manuscritos Científicos do Colégio de Santo Antão nas Colecções da BNP
(...)O colégio, instituição situada entre a escola elementar e a Universidade, é um dos símbolos do labor jesuíta e uma resposta pragmática às novas necessidades de conhecimento determinadas por um universo em expansão, satisfazendo simultaneamente as necessidades de formação dos novos membros da Companhia e dos jovens das classes sociais altas que buscavam novos métodos pedagógicos e modelos educativos renovados. À data da extinção da Companhia de Jesus (1773) existiam já cerca de 800 colégios espalhados pelos vários continentes.
Henrique Leitão , comissário científico desta exposição, destaca o papel privilegiado desta “Aula” como: ponto de entrada das novidades científicas (como o telescópio e o novo mundo que ele descobriu, as novas técnicas matemáticas); local único de ensino e aplicação de algumas disciplinas emergentes como a Estática, a Mecânica teórica, ou a Óptica geométrica; o Colégio de Santo Antão era um centro de investigação verdadeiramente internacional que sempre beneficiou dos recursos e contactos da rede da Companhia de Jesus em que se encontrava integrado..(Do site da BN) (fotogaleria do PUBLICO)
BIBLIOTECA NACIONAL- 21 de Fevereiro a 24 de Maio de 2008 (Galeria do piso intermédio - Entrada livre) Mais informações

Trovoadas: coisas antigas

“Santa Barbara bendita Que no céu está escrito Com raminho de água benta A pedir ao Senhor Que nos abrande esta tormenta.” fonte

Charles Aznavour-For me formidable

domingo, fevereiro 17

New Age

A avaliar pela variedade, enorme oferta e igual procura, acredito que exista por esse mundo fora muita gente a deixar-se embalar pelos "sons da natureza". Sinceramente, eu não consigo. Pelo contrário, exasperam-me e provocam em mim o efeito contrário ao desejado, que julgo ser o relaxamento.
Por motivos que não vêm ao caso, vi-me recentemente obrigada (e torturada) a resistir a imagens e sons de cascatas épicas, florestas tropicais verdejantes, golfinhos aos saltos em mares azuis, jardins paradisíacos, passarada variada e "morning nature sounds in Spring". Quando chegaram as focas, as ondas do mar e o pôr do sol em montanhas com neve e ribeiros gelados, eis que surgem os primeiros acordes de flautas de pã de um tema do filme "Titanic". Mil vezes o som da água nas cascatas épicas. No final, ataca de novo o piano a acompanhar mais planícies verdejantes e águas escuras de um lago algures num longínquo parque natural, onde os saltos dos veados e movimentos da restante bicharada parecem seguir a melodia de fundo. Coisa linda.
À saída, evitei o elevador.

sábado, fevereiro 16

"(...) Afinal, é bom não esquecer que não vieram dali apenas o cachorro quente e o respectivo ketchup, os filmes do Hitchcock e do Spielberg, o chapéu de cowboy e o bastão de basebol, as revistas Life e Playboy, os passos do Fred Astaire e do John Travolta, as motas Harley-Davidson e os isqueiros Zippo, o Super-Homem e o Popeye, o monopólio e o bowling, a televisão da Lucille Ball e a da Oprah Winfrey.

Também são provenientes da terra do Tio Sam e da lei do colt essas coisas do nosso quotidiano a que chamamos lâmpada e elevador, arame farpado e penso rápido, fotocopiadora e juke box, MTV e CNN, Internet e Google - até mesmo o Pai Natal, nas suas actuais feições, nasceu tão americano como o Krazy Kat e a Betty Boop, o Mickey e o Batman.

Folheando Iconic America*, álbum com imensas imagens reunidas por Tommy Hilfiger (o estilista de roupa que as comercializa com o seu nome) e George Lois (designer gráfico que a revista Time rotulou como "homem da Renascença" e "génio iconoclasta"), percorre-se o imaginário que contaminou um planeta inteiro desde a Declaração da Independência, que criou o país do presidente George Washington, do escritor Mark Twain, do actor Clark Gable, do astronauta John Glenn, da cantora Janis Joplin, do pugilista Cassius Clay e do basquetebolista Michael 'Air' Jordan.""Somos todos americanos" Fernando Madaíl no DN

*"Iconic America: Tommy Hilfiger Celebrates American Culture"

quinta-feira, fevereiro 14

Palavras

Ravello, villa Cimbrone Costiera Amalfitana
O caro Réprobo pediu-me doze palavras de que gosto. Não sei bem porquê, mas aqui fica uma pequena lista com expressões com uma sonoridade que me agrada:
Imperscrutável
Alcova
Amendoado
Sururu
Clareira
Lamiré
Doçura
Miosótis
Cachemira
Falua
Acaso
Atamancar
Letter from Admiral Lord Nelson to Emma, Lady Hamilton
My dearest beloved Emma, the dear friend of my bosom. The signal has been made that the Enemy's Combined Fleet are coming out of Port. We have very little wind, so that I have no hopes of seeing them before tomorrow. May God of Battles crown my endeavers with success; at all events, I will take care that my name shall ever be most dear to you and Horatio, both of whom I love as much as my own life. And as my last writing before the batlle will be to you, so I hope in God that I shall live to finish my letter after the Battle. May Heaven bless you prays your, Nelson and Bronte
(Última carta de Lord Nelson a Lady Hamilton, escrita dois dias antes da Batalha de Trafalgar)

terça-feira, fevereiro 12

Rio Sabor - Vista do Parque Natural de Montezinho

Post com vistas

Não necessariamente as minhas, mas também as que tenho daqui, deste post nocturno, um pouco cansado e silencioso. Um post sem ruído, feito de objectos à esquerda, à direita, candeeiros e ar quente. São os ambientes de quem escreve, sem vistas serra nem vistas mar. É somente o olhar que pousa sobre dezenas de pequenas coisas (tantas inúteis) que fazem o quotidiano da nossa escrita, um caos para quem vê mas não para quem sente, significados que só alguns conhecem, uma lembrança, um postal, um post it ou dois que recordam prazos ou intenções, fotografias amareladas, o anel que cansa, os brincos inúteis, a cola vazia, o telefone da pizza, do talho e da bricolage. Metro e meio de um um labirinto próprio, tão familiar quanto este teclado ou a altura da cadeira, a colecção de lápis sem bicos ou uma chave de fendas no domínio de velhas canetas, mil e um objectos que parecem conformados ao convívio, sem espaço próprio e sem organização. Impedidos de se amotinarem, caixas de agrafes coabitam com botões de vestuário de origens desconhecidas, borrachas coloridas convivem com apara-lápis aparentados com a Kitty e réguas variadas coexistem com papéis a necessitar de uma limpeza. E quando a casa se apaga, este é um local que nunca dorme com quatro pequenas luzes que dominam vistas ordeiras onde se escrevem posts arrumados ou, pelo contrário e apesar de tudo, se escreveu este também.

Plain White T's - Hey There Delilah

domingo, fevereiro 10

Triste fim de semana em Londres

para quem lá vive e para quem o visita. Certamente já nada será como antes.
(Imagens de Camden Market e do pub The Hawley Arms antes do incêndio de ontem)

sábado, fevereiro 9

Eu também quero

Só Deus sabe quantas vezes me tem custado votar em algumas eleições nacionais, quanto mais falar do que julgo ser melhor para os outros lá longe. Mas vendo bem, o que se passa lá longe também mexe por aqui e afinal também gostaria de meter o bedelho onde não sou chamada. Não vem mal nenhum mal ao mundo por isso.
Quem me conhece sabe como detesto foguetório, fujo de fanfarras, desconfio do excesso de intenções salvícias e receio utopias. Coisas que a História me tem ensinado. Possivelmente com as melhores intenções, mas o mundo não ficou melhor depois das pop stars com contas milionárias terem cantado "We are the world" e desconfio que a América não ficará melhor com outras pop stars em rap mode convencidas que a podem a mudar. Nisto, estou com o Pacheco Pereira (Público de hoje): "[...] Pensam que Obama vai lá chegar e com a varinha mágica da Utopia e da Esperança, o seu grande mérito a julgar pelos comentários, vai acabar com a guerra no Iraque, a Al-Qaeda, a recessão e as lojas dos chineses (...)]
E porque hoje não tirei o dia para escrever sobre coisas sérias, pode ser uma fraca razão para estar do lado do sóbrio McCain, mas como já não consigo ver um minuto sequer a santinha da Oprah, já só me faltava ver a cozinheira da América com panelas nas mãos ou o Dr. Phil a evangelizar os eleitores com novo livro milagroso, nos palcos da propaganda.

Um Rei no meu blog

Tenho acompanhado com interesse as cerimónias de homenagem a D. Carlos não exactamente por simpatias monárquicas (confesso nunca me ter interrogado o suficiente sobre o assunto) mas porque os meus conhecimentos sobre os factos não me satisfaziam. Assisti à conferência de Rui Ramos na Univ. Católica, comprei e li as obras recentes que me pareceram mais consistentes, vasculhei na net informação da época, espreitei a cerimónia de homenagem no Terreiro do Paço e até me dei ao penoso trabalho de ver na RTP 1 a série sobre o regicídio. Após ter lido artigo de Cintra Torres hoje no Público, fiquei mais descansada em relação à qualidade do meu aparelho de televisão e às minhas capacidades auditivas. Afinal as barbas eram mesmo horríveis e o som francamente medíocre :" Os espectadores "estúpidos" da RTP1 não tiveram direito à versão completa. Resultou desastre. Na versão que passou na RTP1, há cenas que não se entendem. Há cenas antes de outras que são depois e outras que são depois antes daquelas. Há personagens que quase ficam por apresentar ao espectador. Há cenas com a música cortada à facada. Há uma cena em que vê o actor a falar sem se lhe ouvir a voz (por necessidade de corta e cola). Há incongruências narrativas que resultam de as subestórias não estarem devidamente ou sequer apresentadas. " Em conclusão, o que mais apreciámos da série foi a surpresa de ver dois actores que conhecíamos pessoalmente e que não estavamos à espera de os rever fardados e com carabinas. E claro, os nossos ouvidos estão bons e recomendam-se e o televisor afinal não é mau de todo.
E se registos escritos da época e a câmara de Joshua Benoliel enriqueceramos arquivos e fixaram os acontecimentos para a História, um pormenor parecia escapar. À semelhança do Eurico de Barros também me interroguei se haveria algum registo sonoro da voz do Rei assassinado: "Como seria a sua voz? Como falaria D. Carlos? Perguntei a um amigo que sabe destas coisas de arquivos. Segundo ele, havia na antiga Emissora Nacional gravações da voz de D. Carlos. Foram destruídas depois do 25 de Abril, juntamente com muitas horas de programas."
Por aqui, como em tantos outros lugares, grandes asneiras se fizeram (e continuam a fazer) com os registos do passado. É uma pena que não possam ser estudados no presente e avaliados no futuro.

sexta-feira, fevereiro 8

The Animals - Don't Let Me Be Misunderstood

quinta-feira, fevereiro 7

Com Portugal no coração











Um turista que chegue a Lisboa deve ficar um tanto ou quanto baralhado com a diversidade de souvenirs que pode levar para o seu país. Eu própria nunca me tinha apercebido do bric a brac que existe nessas pequenas lojas de recordações, até ter, por curiosidade, entrado numa delas. Temos, de facto, uma enorme criatividade e imensos artigos de diversos materiais cuja utilidade só consigo imaginar como meramente decorativa. Numa palavra, temos dezenas de locais very typical, prateleiras e prateleiras de pequenos objectos em lojas acanhadas que devem fazer as delícias de um colecionador e atafulhar malas e malas de turistas com as mais variadas recordações para a família e vizinhança. Em comparação com alguns países europeus, saímos claramente a ganhar em originalidade e design.
De Espanha trazemos o merchandising ligado ao futebol, às touradas, as bonecas sevilhanas, as miniaturas de pratas e espadas de Toledo, os leques e, em tempos remotos, os caramelos e o brandy de cujo nome já não me recordo. Os alemães continuam a vender vestígios infindáveis do Muro de Berlim, o Beethoven pisa-papéis, o busto do Bach, as canecas de cerveja e de novo o merchandising de futebol. A Aústria tem os licores, o Mozart pisa-papéis e a Sissi. Da França trazemos os porta-chaves Torre Eiffel, o Arco do Triunfo pisa-papéis, e ainda o futebol. Do Egipto compramos por todo o lado o gato Bastet, o escaravelho, os bustos da Nefertiti e do Ramsés e pirâmides pisa-papéis. Da Inglaterra, qualquer prato com a família real ou um urso do Harrods custa um disparate, mas um dedal-Diana, um lápis com os guardas da Torre de Londres ou um bloco de notas com os Double Deckers ainda se conseguem a preços módicos. A Itália tem muito por onde escolher entre o Vaticano e o Coliseu, mas em Portugal?
Experimente também o caro leitor entrar numa destas lojas de souvenirs com bandeiras e postais ilustrados no exterior e estou certa de que ficará tão surpreendido quanto eu. Assim à primeira vista o Galo de Barcelos poderá parecer-lhe o mais solicitado, mas repare na variedade de varinas, traineiras em todos os tamanhos e na quantidade de Nossas Senhoras de Fátima. Abreviando, são pratos e pratinhos em louça com a Torre Belém, os magnéticos com os eléctricos, os galos que mudam de cor, bases de cortiça e azulejos Cristo Rei, porta-moedas e sacos em tapeçaria (?) rolhas decorativas de garrafas Galo de Barcelos, dedais elevador da Glória, cinzeiros Terreiro do Paço, isqueiros, canetas, paliteiros, azeitoneiras, corta-papéis, colheres, canecas, Rosários, caixas, pequenas garrafas para água de Fátima (em diversos materiais), répilicas dos antigos táxis e de guardas da gnr pisa-papéis, cartas de jogar, harmónicas, corta-unhas, panos de cozinha, relógios de parede, louça variada, porta-guardanapos, sinos, travessas tipo prata Rossio, pegas para fogão D. Fuas Roupinho, guitarras miniatura, peças em vidro amor de mãe/Cristo-Rei, e claro, muito futebol. Foi o que pude anotar, mas acreditem que por ali há um grande e variado mundo de pequenas inutilidades que poderão ficar bem em qualquer cozinha, parede de sala, tampo de cómoda, ou estante por esse mundo fora. E falo por mim: não resisti ao Rossio pisa-papéis. Daqueles em bolas de vidro que se agitam e aparece qualquer coisa parecida com neve. Aqui na minha secretária vai nevar no Rossio todo o ano.
Três anos após o trágico incêndio que destruiu grande parte do seu fabuloso espólio, os livros voltaram de novo, em 2007, às estantes da Anna Amalia Bibliothek em Weimar, que eu tive o prazer de visitar em 2000.
Em Setembro de 2004, um violento incêndio causado por problemas eléctricos deflagrou no edíficio original da Biblioteca da Duquesa Anna Amalia (classificado pela UNESCO). Durante toda a noite que durou o incêndio e nos dias que se lhe seguiram, mais de 900 voluntários ajudaram a evacuar milhares de livros e obras de arte.
Foi criado um programa especial para a sua reconstrução, ao qual aderiram grandes mecenas como a Vodafone e a Allianz, e que permitiram o seu restauro e ainda a construção de um centro de estudos.

terça-feira, fevereiro 5

Papéis velhacos












Já aqui escrevi umas patacoadas sobre o grandioso Seagal, as aventuras do cão Rex e até sobre um francês em filmes americanos. Naturalmente, nada disto faz de mim uma crítica de cinema, mas também ninguém me disse, até agora, para deixar de escrever estas coisas folclóricas em forma de post.
Hoje é a vez de três actores que mesmo que andem o resto das vidas a representar papéis de anjinhos, filantropos ou bons samaritanos, nada disto me fará vê-los de forma diferente, ou melhor, sem me recordar deles como personagens psicopatas, obsessivos, assassinos em potência, em suma, escória da pior espécie.
Estou certa de que o Ray Liotta já terá representado personagens boazinhas mas não consigo desligá-lo das maldades que queria fazer ao Charles e à Lulu. Quanto ao rapaz do bigode, só tenho dele más ideias, da vida desgraçada que causou a Laura enquanto dormia com ela e da perseguição para a tramar, o velhaco. E quem não se lembra do perigoso e sádico inquilino de Pacific Heights que quase ia liquidando os senhorios para lhes ficar com a linda casa vitoriana? Um pesadelo de contrato de arrendamento.
Também se arranjam meia dúzia de personagens malvadas no feminino, mas este é o post possível, cheio de máscaras, em fim de Carnaval.

Super Tuesday

a quem a trabalha.
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