Séries de raça

Escreve-se muito sobre os óscares, "Sete Palmos de Terra", "A anatomia de Grey", etc., mas infelizmente não vejo referências ao fantástico"Rex, O Cão Polícia". Será que não veêm? Pelo menos, há um grupo de fans, com site e tudo, que não deixa esta série por mãos estrangeiras.

Além deste magnífico bicho, vedeta austríaca de tantas aventuras, herói de muitas peripécias, agente corajoso e intrépido, um simpático e bem humorado grupo de detectives não dão tréguas ao crime. Em cada episódio averiguam casos complicados, lutam com coragem e galhardia.

O fiel pastor alemão, bicho de muitos talentos, ora ajuda a farejar droga, prender contrabandistas, lutar contra ladrões, a pressentir intrusos ou a detectar movimentos suspeitos. E depois é o alemão, com um nadinha de sotaque austríaco que também torna a série muito especial. Se fosse em inglês, italiano ou francês, não tinha a mesma graça. Podia até correr o risco de se tornar banal, de tanta bicharada que põem a falar. São esquimós, cavalos, grilos, burros, tudo muito inglês com vozes famosas. Aqui não. Estamos na Áustria, as frases têm aquele travo alemão meio austríaco, os actores (todos) comem Frankfurter Würstchen e não hot dogs e até as aventuras têm uma faceta um pouco mais plausível, menos "tecnológica", menos acrobática. À europeia, talvez.

Mas é sobretudo do Rex que eu gosto. O seu dono também não está mal, os detectives e o médico legista têm a sua graça, mas são as habilidades do bicho que fazem a série. Ele é, convém não esquecer, o Kommissar Rex que abre portas, salta por janelas, prega partidas, toca campainhas, luta corajosamente para defender os amigos, a lei e a ordem e sem ele não haveria desfechos felizes e casos encerrados.

Além do Rex, só mesmo a Lassie, essa Collie espantosa, das minhas memórias a preto e branco. Até acho que chorávamos, mas já não está cá quem me consolava.

Grandes bichos, isso sim.