quinta-feira, fevereiro 7

Com Portugal no coração











Um turista que chegue a Lisboa deve ficar um tanto ou quanto baralhado com a diversidade de souvenirs que pode levar para o seu país. Eu própria nunca me tinha apercebido do bric a brac que existe nessas pequenas lojas de recordações, até ter, por curiosidade, entrado numa delas. Temos, de facto, uma enorme criatividade e imensos artigos de diversos materiais cuja utilidade só consigo imaginar como meramente decorativa. Numa palavra, temos dezenas de locais very typical, prateleiras e prateleiras de pequenos objectos em lojas acanhadas que devem fazer as delícias de um colecionador e atafulhar malas e malas de turistas com as mais variadas recordações para a família e vizinhança. Em comparação com alguns países europeus, saímos claramente a ganhar em originalidade e design.
De Espanha trazemos o merchandising ligado ao futebol, às touradas, as bonecas sevilhanas, as miniaturas de pratas e espadas de Toledo, os leques e, em tempos remotos, os caramelos e o brandy de cujo nome já não me recordo. Os alemães continuam a vender vestígios infindáveis do Muro de Berlim, o Beethoven pisa-papéis, o busto do Bach, as canecas de cerveja e de novo o merchandising de futebol. A Aústria tem os licores, o Mozart pisa-papéis e a Sissi. Da França trazemos os porta-chaves Torre Eiffel, o Arco do Triunfo pisa-papéis, e ainda o futebol. Do Egipto compramos por todo o lado o gato Bastet, o escaravelho, os bustos da Nefertiti e do Ramsés e pirâmides pisa-papéis. Da Inglaterra, qualquer prato com a família real ou um urso do Harrods custa um disparate, mas um dedal-Diana, um lápis com os guardas da Torre de Londres ou um bloco de notas com os Double Deckers ainda se conseguem a preços módicos. A Itália tem muito por onde escolher entre o Vaticano e o Coliseu, mas em Portugal?
Experimente também o caro leitor entrar numa destas lojas de souvenirs com bandeiras e postais ilustrados no exterior e estou certa de que ficará tão surpreendido quanto eu. Assim à primeira vista o Galo de Barcelos poderá parecer-lhe o mais solicitado, mas repare na variedade de varinas, traineiras em todos os tamanhos e na quantidade de Nossas Senhoras de Fátima. Abreviando, são pratos e pratinhos em louça com a Torre Belém, os magnéticos com os eléctricos, os galos que mudam de cor, bases de cortiça e azulejos Cristo Rei, porta-moedas e sacos em tapeçaria (?) rolhas decorativas de garrafas Galo de Barcelos, dedais elevador da Glória, cinzeiros Terreiro do Paço, isqueiros, canetas, paliteiros, azeitoneiras, corta-papéis, colheres, canecas, Rosários, caixas, pequenas garrafas para água de Fátima (em diversos materiais), répilicas dos antigos táxis e de guardas da gnr pisa-papéis, cartas de jogar, harmónicas, corta-unhas, panos de cozinha, relógios de parede, louça variada, porta-guardanapos, sinos, travessas tipo prata Rossio, pegas para fogão D. Fuas Roupinho, guitarras miniatura, peças em vidro amor de mãe/Cristo-Rei, e claro, muito futebol. Foi o que pude anotar, mas acreditem que por ali há um grande e variado mundo de pequenas inutilidades que poderão ficar bem em qualquer cozinha, parede de sala, tampo de cómoda, ou estante por esse mundo fora. E falo por mim: não resisti ao Rossio pisa-papéis. Daqueles em bolas de vidro que se agitam e aparece qualquer coisa parecida com neve. Aqui na minha secretária vai nevar no Rossio todo o ano.

4 Comments:

Blogger mms said...

Por acaso já fui a várias dessas lojas (há que passear os amigos estrangeiros)… mas nunca vi essas bolas que se agitam com neve ... muito menos do Rossio!unico... Fiquei com IMENSA vontade de ter uma também!

1:23 da manhã  
Blogger JC said...

Desculpe lá, caríssima Miss Pearls, um comentário mais brejeiro, que não sei sobreviverá ao "Exame Prévio", e mesmo nada a "sê jêto" vindo de uma "dirty mind" como a minha: o problema, o maior problema, é se o desprevenido turista entrar numa loja de "souvenirs" numa cidade lá do Oeste, bem conhecida pelas suas "cavacas". Ai, ai o que ele vai encontrar...
JC

1:24 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

CAro JC
Lá no Oeste nem precisa de entrar em lojas de souvenirs: as canecas estão por todo o lado a céu aberto (feiras, mercados, etc,)
São capazes de achar graça. Em AMsterdão os souvenirs mais vendidos são os do red light e prontos, também os de erva:)

MMS
Eu sou muito apreciadora dessas bolas de neve com bonecos lá dentro :)

10:38 da tarde  
Blogger Isabel said...

das experiências mais engraçadas é chegar a Pádua e encontrar lá à venda o nosso Sto António (de Padova, obviamente)

2:18 da tarde  

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