Apanhar bonés
Sempre que vejo um ajuntamento, alarido e mãos no ar, deve ser distribuição de coisa gratuita, mais do que certo. Há uns tempos, quase que se atropelavam por uns lenços com publicidade a comprimidos para dores menstruais. Em Serralves, a troco de umas pilhas para iluminar os percursos à noite, houve quem desistisse por tanto empurrão. Claro que há sempre os espertalhões, os que furam as filas, os mais ágeis que conseguem chegar-se à frente num abrir e fechar de olhos e depois há os tansos. São reconhecidos pelas queixas que timidamente vão soltando e porque, de facto, vão ficando para trás. Já presenciei ferozes batalhas corporais por bolas de praia (de plástico) e autênticas lutas greco-romanas por uma almofada insufável. A maior parte das vezes trata-se de coisas verdadeiramente inúteis e de cuja utililização tenho as maiores dúvidas. Por exemplo, não me estou a ver com um boné com publicidade a pneus nem pins a anunciar novos gelados, mas é gratuito, logo é bom. Ainda que as crianças se divirtam à grande enquanto vão empurrando os adultos sem pena nem castigo, até tem a sua graça, mas os adultos, valha-me Deus! Vale a pena tanto safanão por um boné com publicidade a uma marca de enchidos?
Juro que não empurrei nenhuma criatura nem passei à frente de ninguém, mas a pilha de Serralves (oferta de um Banco) ainda é capaz de vir a fazer jeito. Só a família ao meu lado levou quatro. Devem ter problemas com fusíveis.
1 Comments:
muito típica, essa disputa por coisas tão insignificantes, só porque são de graça.
ri, ri, ri do seu relato.
sightseeing?!? nada que não me tenha já passado pela cabeça fazer. o dia chegará, assim como o melhor tempo.
bom fim-de-semana.
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