quinta-feira, julho 26

Nos seus lugares

E quando os objectos fogem dos seus lugares? Mas como surgem ali, onde não nos recordamos de os ter colocado? Um papel, um lenço, uma caixa que aparecem em gavetas que há muito não abrimos. Inesperadamente, objectos esquecidos tornam-se indispensáveis, saudados, irreconhecíveis. São surpresas que nos fazem sorrir, outras que abrem feridas antigas (por algum motivo ali estavam), à espera de serem esquecidas. E lá ficam, até nos esquecermos de que existem ou até à próxima vez para voltarem a ser surpresa.
São gavetas esquecidas cheias de coisas inúteis mas quase sempre com uma história ou à espera de uma oportunidade. São gavetas com memórias, como aquele novelo de linha branca, o leque, os postais, a caixa de agulhas que disputavam [de que falariam?], o bloco da batalha naval [há que anos!], um dado perdido e botões de origem incerta.
Até ao dia em que tudo há-de voltar a ser surpresa de novo.
We outgrow love like other things And put it in the drawer, Till it an antique fashion shows Like costumes grandsires wore.
Emily Dickinson

3 Comments:

Blogger Isa said...

e quando desaparecem coisas? os brasileiros dizem que é o saci. o saci é responsável por tudo o que desaparece. Beijinhos, da "outra" ;-)

12:40 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

E quando perdemos alguma coisa e procuramos....procuramos...quando estamos quase a desistir, acabamos por encontrar no lugar mais inusitado???

2:44 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Fá:
Isto é coisa de gente crente, mas ensinaram-me a rezar uma Avé-MAria ao Santo António.
Juro-lhe que quase sempre resulta. Não me pergunte como nem porquê..:)


Olá Isa
Não tinha ouvido falar nisso,mas agora já sei a quem culpar
Bjs
:)

6:11 da tarde  

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