As listas

Suspeito que haverá muita gente que não irá entender este post. Garanto que as listas de que falo são muito mais simpáticas e menos idiotas que as inventadas pelos iluminados que nos governam.

Para mentes meticulosas e organizadas (e distraídas) como a minha, a lista é indipensável. Não falo de uma lista, mas sim de várias: a do supermercado, escrita em qualquer papel ranhoso que esteja à mão, a lista dos Sábados, organizada geograficamente de modo a terminar às 13 horas, a lista da farmácia ou da parafarmácia, a lista da costureira para fechos e pequenos arranjos, a lista das obras em casa, monopólio do Sr. Carlos. E depois, claro, há o velho post-it, jeitoso de transportar na carteira e de uso fácil junto ao tablier do carro, da agenda, do computador, da porta da rua ou do frigorífico.

Assim sendo, ir de férias requer o trabalho digno de algum “profissionalismo”. Fazem-se cálculos, projecções, consulta a sites de meteorologia, de percursos rodoviários, de restaurantes, guias turísticos diversos, produtos típicos, feiras, compras e a indispensável lista. Meticulosamente é feita a pensar no calor, no frio, na chuva, nas distâncias, no dia, na noite, nos locais, nas ocasiões e vá lá, uma vez por outra, a pensar no nunca se sabe. Um desconforto não dispor de uma touca de banho, de elásticos, ganchos, pensos rápidos, caixinha da costura, das unhas, de um saco suplementar para o regresso, o despertador, um pequeno kit de maquilhagem e até uma imagem do santo da nossa devoção. Vai tudo direitinho para o saco por volume, peso e medidas.

Ah! Convém não esquecer os bilhetes!

Até já, que tenho um metro e setenta para bronzear.