Delícias do lar
Em Agosto, os "lares portugueses" têm uma característica em comum: não há empregada, não há mulher a dias (como é que se diz agora? Um disparate qualquer), logo não há mesas postas ou jantares feitos. Está bem que a sala pode ter mais pó que o costume, mas roupa tem que haver sempre. Quem diz roupa, diz ferro de engomar, diz calor. Isto pela calada da noite, de janela aberta e lá estão elas (nós, eu), às voltas com camisas e saias. As toalhas é só uma passadela. Os lençóis que se lixem. Podem esperar pela Dona Lucinda. Abre-se mais uma janela, espera-se por uma aragem, sai vapor quente do ferro e ainda falta o pior com pregas. Segura-se o cabelo e a ventoinha no pescoço. Fazem-se contas à vida, volta-se o lenço, de um lado e de outro. A gente sorri: é no carinho que se faz a dobra.
6 Comments:
Ui! O tamanho do meu monte de roupa para passar... E eu a adiar... Lá há-de chegar o dia...
Como eu a compreendo!
É a chamada ditadura da mulher-a-dias. :)
TUDO, menos passar a ferro e ainda por cima com este calor. Preferia passar a casa toda a pano, de joelhos, ná... quando não há remédio, engomadoria com ela.
Estou seriamente a pensar em ir para férias com roupinha lavadinha mas amarrotadinha...
Mas sabe o que achei imensa graça no seu post?
"...volta-se o lenço, de um lado e de outro. A gente sorri: é no carinho que se faz a dobra."
Isto mesmo. Fez-me lembrar que os lenços, mesmo os de assoar, sempre me mereceram um carinho especial ao engomar. Vá-se lá saber porquê.
Querida Helena
Como a gente se entende...
Desconfio que somos da mesma "criação".
Coisa horrorosa ontem à noite com o calor para deixar tudo arrumado. A tirania deste meu feitio é que me lixa :)
Cara Anónima, Joaninha e Maria,
Tem que ser tem quer ser. É fazer e calar. E boa cara :)
Educações à antiga é que é. Mainada.
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