quinta-feira, maio 7

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Creio que um autocarro amarelo é uma novidade neste blog (leia-se diário pessoal). E novidade ainda maior sou eu dentro de um autocarro de percurso urbano. Dos outros, fujo como o diabo da cruz; há merdas (sim, a palavra é essa, outra novidade) de que não consigo fugir.
Por motivos pouco nobres, vi-me obrigada a utilizar este meio de transporte em detrimento do metropolitano, num destes dias encalorados. Que insensatez, dir-me-ão, mas seria uma falta de juízo ainda maior levar o carro para a Baixa.
Não é preciso ser muito inteligente para constatar que os utilizadores do metro e do autocarro têm características distintas, apesar de quase poder jurar ter ouvido um alto responsável garantir que sim senhor, que os públicos são os mesmos. Deve ser falta de prática de utilizador ou de estudos de gabinete.
Em primeiro lugar, uma palavra para o profissionalismo e aprumo dos condutores. Não sei como conseguem aguentar aqueles grupos de adolescente imbecis instalados nos últimos lugares, a gritar boçalidade e a incomodar quem não os quer ouvir. Horrível, o estado das ruas da cidade e as massagens forçadas que os passageiros têm que suportar. Não sei bem, mas aqueles autocarros devem ter sido construídos para cidade nórdicas onde o sol não abunda e as vias são bem tratadas.
Depois, tive oportunidade de voltar a ver os "Revisores". Um eficiente par destes profissionais ia solicitando o bilhete a cada um dos passageiros e parecia-me estar tudo dentro da legalidade até surgir uma senhora já idosa, com um título de transporte que não era válido. Não percebi bem o assunto porque sairam todos logo a seguir. Desconfio que ela não se deve ter livrado de uma olímpica multa. Por causa das coisas, não larguei o papelinho até final da viagem.
Uma hora e meia depois, fiz o percurso de regresso. Esperei de cada uma das vezes , mais de vinte minutos pelo transporte, num dos principais trajectos de atravessamento da cidade. Deve ser assim que querem tirar os carros da cidade, pensei eu, indignada com a demagogia do costume. No entanto, esta demora parecia não incomodar os restantes pasageiro, gente idosa com mais tempo e habituada a estes horários destrambelhados. Devem ter outras ralações.
Por fim, não sei se por falta de hábito ou se pela minha proverbial incompetência com tudo o que seja cartões de estacionamento ou do metro, a verdade é que o bilhete levou sumiço nas profundezas do meu saco, cuja busca durou praticamente todo o trajecto. Felizmente, não entrou nenhum Revisor para o ver e eu, até hoje, também nunca mais o vi.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

As malas das senhoras, são um labirinto para quem quer encontrar algo.

8:01 da manhã  

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