É sim, Sofia.
Não ouvi o debate do Prós e Contras de ontem, mas à semelhança da Sofia do Controversa Maresia, este país também não é o meu "esta gente que fala de pais e mães responsáveis, de cônjuges que dialogam, de partilhas justas, de crianças felizes, vive num país que não é de certeza o meu."
(...) Parece que quase todos acham bem que a guarda dos menores seja, por regra, conjunta, o que é hilariante. Há uma advogada na assistência muito sensata, com quem é fácil criar empatia, e que quando intervém fá-lo acertadamente. Facilitar o divórcio parece-me bem, ninguém deve ser obrigado a ficar casado se não quer. (...) Quais diálogos ou acordos, quais guardas conjuntas ou responsabilidades parentais, tenham a santa paciência! Os casos em que o diálogo entre dois divorciados resulta são uma insignificante minoria. Há, isso sim, muitas mulheres exploradas e muitos maridos, bêbados ou sóbrios, desempregados ou ricos, irresponsáveis e egoístas, que não querem saber, que não dão um tostão aos filhos e que não descansam enquanto não tiram às mulheres a parte que lhes cabe no pecúlio conjugal. E que são a maioria, porque o país é atrasado e é assim. (...)
Mas, pior ainda, cheira-me que as desgraçadas das mulheres por esse país fora, que tocam para a frente a casa e os filhos sem saberem bem como, estão ainda mais lixadas e desprotegidas do que já estavam. É que já não bastava a vergonhosa impunidade criminal da violência doméstica...(...)"
3 Comments:
Dscordo desta concepção de vida que se plasma neste regime de divórcio, mas quanto ao particular da guarda conjunta: as mulheres fazem chantagens com os filhos, no regime actual. A guarda conjunta, penso que seja o caminho a percorrer, devagarinho, mas o caminho.
Nem mais, nem ontem! Assino por baixo lol
Também pensei o mesmo... Não, esta não é a realidade que eu conheço, por experiência directa ou indirecta.
Espantoso como este assunto do divórcio (à semelhança de outros) se tornou em mais um fetiche, contaminado pelo “socialmente correcto” e, pior… pelo “sociologicamente correcto”. E lá vem a dúzia de ideias feitas para bater em castelo bem firme, lá vem o velho-novo receio de parecer mal se chamarmos as coisas pelo seu nomes e o pudor de, desavergonhadamente, falar verdade.
O maior trauma que sofri do convívio com este particular pedaço de país real foi mesmo privar com as instâncias de regulação do poder paternal, (obrigatórias em qualquer modalidade). Absolutamente chocante. E seria até risível… não fosse o nosso mau humor latente pela pura perda de tempo a que nos obrigam, roubado ao apertado calendário que temos para refazer a vida que corre lá fora, de pernas para o ar. Lidarmos com aqueles técnicos, aceder ao seu rol de perguntas, inteirarmo-nos das representações que lhes povoam as cabecinhas profissionais (que fará das cabeças pessoais e intransmissíveis…); E pensarmos que hipoteticamente teriam poder para dispor ou influir na nossa vida familiar… é um pesadelo que nos dá a medida da inadequação das respostas que o legislador põe à disposição.
Por isso mesmo, como seria de esperar, é que agora vamos no bom caminho.
Culpa? Que é lá isso? Não existe!
Boa fé e má fé? Pura especulação.
Danos emergentes? Inaplicável.
Cada um que se amanhe: é a lei do mais forte.
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