E às 22.40 parou tudo. Se a primeira parte já tinha sido cheia das maiores injustiças, maus tratos e ausência de compaixão, a segunda ainda havia de ser pior ou, vendo bem, muito melhor. Era noite de sofá, lenço, charnecas e Jane Eyre. Todo o romance e comoção a que uma mulher tem direito uma vez por outra, que não faz mal nenhum.
Na adolescência, lê-se o enredo como um romance, a história de uma menina sem graça com uma infância difícil, uma paixão correspondida mas impossível, grandes propriedades, um homem com passado, uma herança, até no final se voltar a reunir com o seu apaixonado, que vem a encontrar cego, após um incêndio que destruiu a sua obscura e misteriosa residência.
Mais tarde, havia de encontrar neste romance autobiográfico, uma mulher forte, independente e lutadora, viajei nos cenários que lhe criaram e nas charnecas que descreveu. E também aprendi com ela e com a sua personagem o valor do "impassioned self-respect and moral conviction." Como recompensa, depois das cinzas de Manderley e das ruínas de Thornfield Manor, veio a bonança.
2 Comments:
revi este filme há pouco tempo .. e descobri na personagem alguém que não conheci quando me foi apresentada pela primeira vez :) assim, tal e qual descreve.
e tem razão .. não faz rigorosamente mal nenhum *
Beijinho
Ah!.. Ainda bem que escreveu a propósito! Foi um serão delicioso..., que beleza de recriação, que intensidade, que delírio; que lindo, aportar-se, após tanta dureza, tempestades, sacrifício e quase desespero, a bom porto...
Que magnífico sofrimento quando a recompensa é atribuída a quem suportou, com estoicismo, certeza e fé, as agruras do destino cruel.
Quem dera fosse assim para todos nós...
Que luminosa esperança seria, esta história de firmeza moral, de amor puro, de constância e serenidade de propósitos, se a tomássemos como esteio.
Ainda bem que o mencionou, pois.
Faltam muitos bordões espirituais destes.
Falta muito amor.
Verdadeiro.
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