domingo, agosto 31

Boa vida (5)

Enquanto não chega o outro sol com motivos para posts diferentes, aqui deixo algumas impressões de locais por onde fui passando, ou não fosse isto um diário. Como foi tempo de férias, entenderão que tudo já está requentado, mas sempre é uma oportunidade para me despedir da pobrezinha da máquina fotográfica que me tem acompanhado, já com as pilhas presas com fita cola e os botões sem mexer de tanta areia. Mas a gente ganha amizade a estas coisas; já vimos muito as duas e nunca me deixou ficar mal.
Voltando às fotografias, tenho por hábito viajar uma vez por ano nestes comboios, sempre a pensar que deve ser a última vez e que esta Linha há-de estar por dias, o que não seria surpresa nenhuma. Mas felizmente, e apesar dos horários totalmente desajustados, ainda se ouve o apito da velhinha automotora com poucas carruagens.
Mas a melhor surpresa foram as obras de melhoramentos e conservação desta paragem a meia dúzia de metros da baía. No meio da miséria urbanística que continua imparável, que destruiu e descaracterizou uma das mais bonitas praias deste país, eis que surge uma obra bem feita. Leia-se, foi deixada exactamente como foi construída, sem alumínios nem outras modernices que vão dando cabo de aldeias e cidades, ostentando com brio e orgulho diversas menções ao prémio "As estações bem cuidadas". Eu teria evitado os bancos de plástico do interior, "praga" que está por todo o lado mesmo onde nunca deveria estar, como na estação do Monte Estoril, mas não se pode ter tudo.
Assim, aqui fica um pequena obra onde os pequenos pormenores fazem toda a diferença. Nunca percebi o motivo de tanta asneira, quando fazer bem custa tanto como fazer mal.
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