terça-feira, setembro 11

Dez Livros Que Não Mudaram a Minha Vida

Cá estou a responder ao Ma-schamba. Lá do outro lado do oceano lembrou-se também de mim para escrever sobre os "Dez Livros Que Não Mudaram a Minha Vida". Trabalho difícil esse dada a minha profissão, mas não vou por aí. Já me devem ter passado milhares de livros pelas mãos e assim de repente não me recordo de nenhum que tivesse mudado a minha vida. Nunca fui dada a obras de faça você mesmo e muito menos a livros de auto-conhecimento nem a cursos de auto-ajuda cheios de pensamentos positivos que fazem a gente feliz. "O que interessa é que você esteja bem consigo mesma", dizem eles.
Ainda tentei ler qualquer coisa sobre Feng Shui mas rapidamente conclui que tinha muito mobiliário em casa do qual não me apetecia desfazer. Não há equilíbrio possível sem todos os tarecos que compõem a minha existência.
Os livros cheios de vida devassa das cortesãs do sec. XVIII não me tornaram menos comedida nem o bom senso da Jane Austen me fez mais cautelosa. As irmãs Bronté bem que tentaram, mas era tarde demais. É a vida.
Mas o caro JPT pede uma lista arrumadinha dos Dez Livros Que Não Mudaram a Minha Vida:
O "Pantagruel", 10 pontos, ten points, dix points. Demasiado conhecimento, uma perda de tempo com índices, tipos de massa e consistência dos molhos. Até hoje estou arrependida de não lhe ter dado a atenção que merecia: não teria exactamente mudado a minha vida, mas teria feito de mim uma boa cozinheira. Shame on me.
A volta no parafuso de Henry James, resultante de um stress traumático de cariz universitário e de um teste falhado. Uma vergonha. Uma humilhação pública.
Aparição de Virgilio Ferreira, cedo percebi que não tinha qualquer admiração por existencialistas e que aquilo não era vida.
Esteiros de Soeiro Pereira Gomes, idem para os neo-realistas.
As dez primeiras páginas do livro Terceira visão de Lobsang Rampa. As restantes foram gastas em matinés dançantes.
Os valores burgueses - Georges Hourdin. Já nessa altura gostava de perfumes caros e ambicionava por pequenas mordomias. Uma seca.
O Principezinho - Antoine de Saint-Exupery- Idem
Trópico de Capricórnio - Henry Miller. Perdida num lugarejo da Beira Interior?
A cartilha maternal de João de Deus -Idem
O Pequeno Livro para Deixar de Fumar: o resultado está à vista. Fico por aqui. Boa noite. Guardo o último cigarro para amanhã depois de um café.
*
Como vê, mais rápida que a sombra. Espero não a ter desiludido com a minha pequena lista de livros que não mexeram nem um pouco com a minha vida. Já agora, se pudesse teria pedido de volta o dinheiro do livrinho para deixar de fumar: deitei dinheiro à rua, foi o que foi.

3 Comments:

Blogger Maria de Fátima Filipe said...

Olá Miss Pearls
de um hotel em Bruxelas (excelente diga-se de passagem) e enquanto espero pelo room service venho-lhe dar conta de um livro que de certa forma"mudou a minha vida", e que o foi as vinhas da ira do Steinbeck. Li-o com 15 anos em Moçambique e foi para mim uma revelação. e pronto de bruxelas mando-lhe um beijinho, se quiser um chocolates diga...
:)

8:33 da tarde  
Blogger Lux Lisbon said...

Miss Pearls:
Com Jane Austen descobri que não sou dada a romantismos à moda antiga! :)

4:55 da tarde  
Blogger Peliteiro said...

Ainda fuma?

6:39 da tarde  

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