segunda-feira, setembro 3

Vida de planta


Não sei como tudo terá começado entre nós. A bem dizer, não sei quando terá entrado em minha casa, como se chama, e nunca sequer lhe dirigi a palavra. Ao contrário do que consta por aí, que há quem fale com as plantas, jamais houve um incentivo da minha parte, uma vitaminazinha especial, um vaso maior ou terra renovada. Apesar disso, cresceu e cresceu. Na realidade, enfrenta agora uma crise de crescimento: o pé direito baixo impede-a de se expandir, alargar horizontes e subir na vida, ou melhor, subir na sala.
Curiosamente, coexiste com outro ser vivo verde no outro lado da sala, igualmente de nome desconhecido, cujas raízes flutuam há cinco anos numa jarra gigante, que medra não sei como nem porquê, nem nunca me deu ralações. Pois bem, lá vão crescendo, alimentadas com água a olhómetro, sem eira nem beira nem data fixa de rega. Elas sobrevivem e eu também, plantas rijas.
Em férias, nunca me lembro delas, mas assim que abro a porta temo sempre pela sua vida e corro a compensá-las de tamanho desleixo. Dizem-me que ainda as mato com tanto excesso, mas sabem como é a velha tendência para a compensação. Vem tudo nos manuais.
Tenho uma ideia para salvar a planta gigante. Já que se aguentou estes anos, não há-de ficar tolhida nem vergada, esta planta amiga sem nome, proveniência ou idade.Vale bem um post e muitos anos de vida. Devem ser coisas deste calor a que não venho habituada. Só pode.

2 Comments:

Blogger Pedro Correia said...

Solidariedade verde... (Beijo e até amanhã, Miss Pearls)

8:16 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Pedro, meu caro Pedro,
Estava a ver que ninguém ligava a este post tão verdinho e tão lindo :)
Um beijinho e até amanhã

10:50 da tarde  

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