Dias de Verão (10): A louça das Caldas não é uma ficção
A louça das Caldas não é uma ficção
Vem nos manuais de que as férias servem (também) para quebrar rotinas. Ou melhor, sazonalmente, criam-se novas rotinas, as que nos apetecem, no tempo que queremos e nos espaços que escolhemos. Talvez por isso, daqui da minha cadeira de praia, vejo nas revistas do coração as mesmas caras que atravessam a ponte para se reunirem às tribos a que pertencem, mas curiosamente (ou talvez não), lá estão eles todos de novo, mais bronzeados, claro, mas os mesmos, vestidos a preceito, calçados a rigor e sem dar tréguas ao secador.
Não me queixo nem os invejo. Com tempo, descobrem-se novos cantos, outros encantos ou recantos em que nunca nos detivemos. Dá para tudo: para as peras mais afamadas, regatear a qualidade dos pessegos, uma caixa de amoras, comparar as uvas mais doces, o peixe mais fresco, os oregãos acabados de colher, o molho de coentros, o prazer de circular por entre mercados a céu aberto, apreciar a simplicidade e gozar assim outras férias, as que não vêm no manuais nem nos guias turistícos.
A louça das Caldas? Essa mesma, a brejeira, lá está ela à venda numa banca do mercado, "disfarçada" de futebol, só não vê quem não quer. Que pensará aquele nórdico espreitando com curiosidade para aquela caneca? Não interessa. Boas alfaces, aquelas.
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