terça-feira, maio 15

Querido saco

No princípio era o saco. No princípio, ao meio e no fim da rua. Se lhes ocorrer, reparem à vossa volta na rua e tomem atenção a um quase adereço feminino que está por todo o lado: o saco. Pode ser de plástico, de papel ou de cartão de loja chique, mas lá anda ele, de mão em mão, aquele inseparável amigo da mulher. Também é visto por vezes, desajeitadamente, em mãos masculinas, mas raramente são portugueses os que os carregam. Ora reparem com atenção.
Os segredos de um saco? Pois depende da hora da manhã ou do fim de tarde. Eu não escapo, a minha colega não foge à regra e as minhas amigas pateticamente fingem que escapam. Gente zelosa e expedita (mulheres) usam uma versão mini dentro das carteiras: leve, dobradinho, é um regalo para uma utilidade de última hora.
Agora a sério: os sacos de plásticos são uma praga e as lixeiras que entopem nada têm de romântico. E se é verdade que em alguns supermercados já são pagos, pelo contrário, vejo com regularidade um verdadeiro ataque ao saco do supermercado, gratuito, útil mas tantas vezes inútil.
Mas é ao adereço saco que me refiro. Semelhante a um "kit" de sobrevivência, viaja nos autocarros, atravessa o rio, percorre o metro, sobe e desce ruas, anda pelo campo, frequenta escritórios, fábricas e vetustas instituições. O que levam? Cada uma sabe de si. Eles andam por aí.
NOTA: Acabam de me recordar que o antecedente do saco poderia ter sido a trouxa, aquela indescutível marca da ruralidade nacional.

5 Comments:

Blogger cristina ribeiro said...

Tão útil que é!Como é que carregaríamos toda aquela panóplia de coisas indispensáveis,que nos fazem estar preparadas para qualquer ocorrência,e,muitas vezes,socorrermos aqueles que andam de mãos vazias? :)

9:32 da manhã  
Blogger JC said...

Duas coisas, a propósito:
1.Dizia uma tia minha que um saco de plástico na mão de um homem lhe retirava todo e qualquer charme e elegância, por maior que eles fossem. Era o contrário de qualquer afrodisíaco, uma espécie de King Midas in reverse!
2. Antes da queda do Muro", das 1ªas vezes vezes que visitei os países de leste, entre os anos 70 e 80 do século XX, estranhava porque muita gente andava de saco na mão, não de plástico mas de uma espécie de oleado, muitas vezes vazio. A dado momento consegui descobrir a razão: é que sempre poderia, de repente e sem aviso prévio, aparecer qualquer coisa, durante dias ou semanas ausente das lojas, e que valeria a pena comprar. Portanto, o saco dava sempre jeito, just in case...
Cumprimentos

2:17 da tarde  
Blogger cristina ribeiro said...

P.S. Estava a referir-me à carteira,e não ao "saco":diferenças regionais!Por aqui designamos muitas vezes aquela como saco :)

3:05 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Parece-me fazer todo o sentido, esse da trouxa.

É caso para dizer que uma mulher sem um saco sente-se despida!

7:54 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Cristina:
Antes saco que "mala" :)

Patricia,
É um vício as vezes. É uma espécie de compulsão, andar semnpre com tralha atrás.


JC,
Bem curioso, isso que nos conta.

2:01 da tarde  

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