domingo, janeiro 30

Retire o talão


Para além das caixas tradicionais, uma cadeia de hipermercados instalou, há já algum tempo, diversas caixas self-service pelas quais tenho uma particular estima. Nada tenho contra a interacção com as funcionárias (de novo quase sempre mulheres), mas tratando-se de poucos produtos, trato pessoalmente do assunto com maior rapidez, se bem que a  máquina por vezes se arme em parva, sendo necessária ajuda externa.
São máquinas falantes como um GPS ou uma informação de call center, sensíveis como um vidrinho e espertas como os anúncios a marcas de óculos feitos por quem não deles precisa.
Mas nem toda a gente tem o mesmo jeito (competências) para lidar com estas self-service. Por vezes fico mesmo um pouco surpreendida com a total inaptidão de muitos clientes; olhando para eles parecem-me leitores de livros difíceis, viajantes por terras distantes ou utilizadores de alta tecnologia, mas chegando à máquina, interpretam com dificuldade as instruções fornecidas: não encontram os códigos de barras, baralham-se com os sacos e hesitam no pagamento.
Estas palavras cordatas não revelam exactamente o que me apetece chamar-lhes, quase vinte minutos depois de estar na fila à espera que aqueles dois se despachem. Que chatice.
Mas pensando melhor, estes clientes sem jeito estão do lado dos bons, dos que sabem os preços, dos que fazem contas, dos que precisam de economizar. Anda por aí muita gente emproada e empossada que nem sabe que estas máquinas existem.
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