domingo, julho 19

Revolta no Bounty

Foram anos e anos a devorar Bounty como se não houvesse amanhã. Juntava-se o dinheiro dos trocos, da semanada e, sempre que apetecia, lá marchava mais uma barra daquele maravilhoso chocolate com recheio de coco. Ao contrário do que certamente acontecia nas grandes cidades, nas berças não se comprava aquela delícia com muita facilidade, mas uma entendedora sabia onde procurar.
Recordo-me com o seu rival mais assanhado era o Toffe Crisp, preferido aliás pelas minhas amigas, se bem que nunca tivesse percebido o que viam naquele chocolatinho crocante ou, como diziam os nossos vizinhos espanhóis, crujiente. Claro que depois de anos e anos de Bounty, chega a altura de nem sequer ter vontade de olhar para a embalagem, mas o gosto pelo coco, esse ficou para o resto da vida.
Reparo agora que tem uma página no FaceBook com milhares de fans e conta a lenda que, aquando da captura do bandido do Iraque, foram encontradas no buraco onde se encontrava escondido, várias embalagens deste chocolate, juntamente com latas de 7up. As coisas que eu sei.
Há dias, entre a gasolina e a secção de jornais, um Bounty sorriu-me lá da prateleira onde se misturava com outras dezenas de chocolates e não fui capaz de lhe voltar a cara. Uma triste experiência: não só tinha perdido a "magia" dos outros tempos como eu tinha ganho mais algumas voluntariosas calorias. Desconsolada, voltei a convencer-me de que é um erro voltar aos locais onde fomos felizes.

11 Comments:

Blogger João Távora said...

Mil vezes um Toffe Crisp. Comi centenas acompanhado com Sumol fresco. Imbatível. Fala a voz da experiência. Beijinhos

8:53 da tarde  
Blogger Luís Serpa said...

Muitas coisas me doíam, claro, quando voltei para Portugal em 1974. Uma delas era a lancinante, incompreensível, mortal ausência de Crunchie do mercado (já a da Coca-Cola suportava. Mal, mas suportava).

A primeira vez que fui a Gibraltar desembarquei e dei de caras com um quiosque que exibia, com uma formidável indiferença os ditos Crunchies. Comi um, claro - acompanhada por uma Coca, já que estava em peregrinação. Poucos metros depois, outro quiosque, outro Crunchie, outra Coca. A cena repetiu-se, ao longo do dia - e repetia-se, cada vez que lá voltava.

Hoje não sinto a falta daquele caramelo croquante e enjoativo, cujo barulho ao ser comido apoiava por vezes algumas manifestações de rebeldia ou de independência das "convenções".

9:11 da tarde  
Anonymous Blita said...

Bom, errar é humano, n'est-ce pas?

10:51 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Miss Pearls
Que bom que o seu blog esteja a voltar.....
Um gosto para quem o lê.
E eu leio sempre.
TeB

11:17 da manhã  
Anonymous http://shakermaker.blogs.sapo.pt said...

Ora viva!

Umas das coisas que mais me impressionam no Bounty é a frescura do produto. Aquilo pode estar a pisar o prazo de validade mas mantém-se sempre fresco. Não sou grande apreciador de chocolates mas tenho um fraquinho pelo Crunch - talvez seja pelos quadrados. Aquela coisa de ir arrancando um quadrado de cada vez dá a falsa sensação que não nos estamos a empaturrar duma só vez.

Um abraço...
shakermaker

11:23 da manhã  
Blogger M Isabel G said...

João Tavora:
Pertencias, portanto, à tribo "inimiga" :)

shakermaker
Pois só o chocolate OVOMALTINE me consegue fazer um friozinho no palato:)

TeB
Obrigada
A vida está dificil mas a gente tem que sobreviver.

Luis Serpa
Crunchie ?? Tb não era mau

Belita.
Pois é...

11:47 da manhã  
Anonymous Marta said...

Mais um voto para o "inimigo".
Toffe Crisp e Kit Kat!

Sumol de laranja ou de ananás?
Nos meses de Verão, fora de Lisboa, em casa da nossa avó, não tinhamos acesso a estes mimos lisboetas.
Bebiamos um refrigerante chamado Bussaco ou Laranjina C.
Memórias de uma infãncia muito feliz, no dia que recordo tb. com nostalgia o colo de onde assisti o Homem pisar a Lua.

Beijinhos

11:57 da manhã  
Blogger Maria João Marques said...

Eu estou com a Isabel, no partido do Bounty! E vinha em dose dupla, podíamos descansar o paladar entre as duas barras de chocolate e coco. Felizmente também já passei a idade do Bounty, que as calorias custam mais a queimar agora.
Bjs

11:27 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Querida Maria João
"já passei a idade do Bounty, que as calorias custam mais a queimar agora."

Custam mais a queimar com a sua idade? E ainda não viu nada!! :):)

Felizmente, vão-nos passando estas coisas...

12:18 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Isso é como o Pretígio aqui no Brasil.
Muito bom e lembra muitas coisas boas...

6:04 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

É verdade, é um erro voltar aos locais onde fomos felizes. É um sabor amargo demais!
Mas, Bounty, nunca (me) amargou! heheheh

11:03 da tarde  

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