terça-feira, outubro 28

Entretanto em Lisboa, uma viagem com carrinho de bebé

O texto da Rititi inteirinho da silva , logo hoje que estou danada: como uma besta qualquer deixou o carro no passeio, fui obrigada a atravessar uma coisa verde a que chamam erva, cheia de porcaria de cão. Uma pessoa já começa a estar farta de tanta javardice e impunidade.
Ontem, por volta da meia noite, estava eu a ligar para a polícia porque o carro do lixo não conseguia passar: um carro numa curva, a três (TRÊS) metros de um parque de estacionamento completamente vazio. A polícia fez alguma coisa? O que acham?
Quarta-feira, Outubro 22, 2008 "E lá na Grande Alface, decidimos os senhores de Pinheiro levar o Rititi Boy da Estrela até ao Chiado, empurrando carrinho que é como se passeiam os bebés desde que o mundo ficou motorizado. Ah, que grandes aventuras que gostamos nós de viver! Porque uma coisa é Madrid, uma cidade com passeios largos e mentalidade europeia e outra bem diferente é a nossa querida Lisboa, tão decadente, tão luminosa e tão desconfortável para o caminhante. Mas comecemos pelo princípio, a saída de casa. Impossível, ficámos presos. Estacionada à porta do prédio eis que estava uma bela de uma carrinha audi A35, com os seus dez metros de comprimento escarrapachados no passeio. Matizo: à porta não, dentro da porta. Porque em Lisboa o conceito de estacionamento vai mais além dos limites lógicos da física, o dono da carrinha achou que a sua viatura estaria mais segura tapando a saída da minha casa. Foi mais ou menos quando Mr. Pinheiro começou aos pontapés à carrinha que eu me dei conta da odisseia em que se ia transformar um simples e simpático passeio pelas ruas da cidade. E como se tira um carrinho de bebé de uma casa lisboeta? À bruta. Apanha-se no carrinho com garra e atitude e poisa-se em cima da viatura que obstaculiza a saída do prédio. Ah, mas assim risca-se o carro, ouço por aí dizer. Pois é, que se ??**%%%% o carro. Seguimos: já na rua reparamos que não há passeios livres porque como ficou lá atrás explicado o lugar onde se estacionam os carros é em cima do passeio. Como ainda não tirei o curso de voar na escola de pássaros nem o meu marido gosta de exibir em público a seu superpoder do tele-transporte, não tivemos mais opção que empurrar o carrinho pela estrada, ali da rua de São Bernardo à Alvares Cabral. Um saltinho. Cinco minutos. Claro que não estávamos sozinhos. Taxis, carros, motas e camionetas faziam o favor de nos seguir, qual romaria à nossa senhora dos carrinhos, à trepidante velocidade de 0,010 km por hora. E que linda sinfonia que ouvíamos, senhores! Saiam-me da frente, buuuuu, fora daí seus $%#&%$$#, piiiii, e assim ficou o Rititi Boy a conhecer o dialecto da capital. Ah, mas assim entupiam o trânsito, ouço por aí dizer. Pois é, que se ???&%$ o trânsito. Mais: a Alvares Cabral é uma grande avenida e o Rato, uma zona central, e a Rua da Escola Politécnica uma arteria das que chamam principal, com o Procuradoria-Geral da República a comandar a via. Pois muito bem, já andei em adeias do terceiro mundo melhor pavimentadas que estas, por não falar já da lógica de pôr candeeiros no meio do passeio que impedem o normal caminhar ou do estado lamentável da puta da calçada portuguesa. Há partes da calçada, palavra de honra, que parecem remendadas por manetas cegos com ódios concretos aos pais com carrinhos e senhores em cadeiras de rodas. Obras sem sinalizar, cruzamentos tapados por camionetas e polícias que nem se dignam a parar o trânsito quando não se pode passar com o carrinho por culpa de uma betoneira no meio do passeio. Ah, mas o polícia só estava ali para fiscalizar a obras, ouço por aí dizer. Pois é, que se *=&%$#%& o polícia. Até à Trindade encontrei um total de sete carrinhos de bebés, sendo de cinco eram empurrados por turistas nórdicos e dois por criadas sem medo a morrer atropeladas por um autocarro psicopata. Nativos, zero, o que também não é de estranhar devido ao pouco interesse que os autarcas municipais mostram por ter as ruas cheias de crianças. O centro de Lisboa, nesse sábado, aliás, estava, como sempre, às moscas, sem famílias, sem crianças que devem estar refundidas na expo ou nalgum centro comercial com estacionamento regulado e elevadores com capacidade para dez carrinhos de bebés. Já podem vir com teorias para reabilitar o centro ou gastar dinheiro em merdas de espectáculos de rua, mas bastava com arranjar os passeios, regular o estacionamento, que a gente ia lá, gozar a cidade, como se gozam todas as capitais europeias. Ah, mas Lisboa é gira porque é caótica, ouço por aí dizer. Pois é, que se #$%&*?? Lisboa, então. "

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caríssima vizinha,

É o nosso Bairro no seu melhor nível, malhereusement...

Infelizmente até na Aldeia d' O Jansenista estas situações acontecem.

Concordo - e já há muito tempo sigo - com o exemplo da Rititi. Só aprendem quando recebem a conta do Bate-Chapas...

Melhores cumprimentos,

4:29 da tarde  
Blogger Rita said...

Telheiras, ainda? É inacreditável. Carros em cima de passeios com lugares vagos a 20 metros!!! A polícia? Nada. Eu diverti-me a riscar carros quando andava com o meu filho no carrinho. Risquei tudo. Sou adepta do terrorismo urbano nestas situações....

5:18 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Olá Rita,
Esta gente está barricada dentro de casa . Pouco se importa com a merda nos passeios ou os carros a bloquear as entradas.
Já não tenho grandes expectativas em relação a mudança de comportamentos. E não me venham com novas gerações. Quais?? As mesmas que nunca viram uma cidade sem carros nos passeios? A mesma que vê os paizinhos a falar ao telemóvel enquanto conduzem (mas que ostentam as melhores cadeirinhas do mercado) as mamãs a pôr os pneus nos passeios??
Aqui perto há um enorme parque sempre vazio. Pois a canalha não aguenta e deixa os carros em cima da calçada dos passeios ou nas curvas ou nas entradas dos prédios.
A polícia? Já devo ter gasto dezenas de euros a ligar para a PSP. Para a nada. Até me devem gozar.

10:20 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Vizinho,
Nunca vi gente tão indeferente ao espaço público.
Havia umas plantas em vias de crescimento nu jardinzinho à frente de minha casa. Só queria que visse: a canalha enquanto não as destruiu com os carros não descansou.
Nos detestamos flores e árvores.
Se possível o carro deve ficar à porta de casa. Os calaceiros só gostam de gastar energias e dinheiro no ginásio.
Estou farta.

10:22 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caríssima Vizinha,

Se nós não nos respeitamos uns aos outros quanto mais aos espaços verdes...

Alem de que, infelizmente, neste e noutros bairros, os espaços públicos verdes são na maioria sanitários caninos...

Ora se fosse na Finlândia, outro Galo cantaria!
:-)

Melhores cumprimentos,

12:19 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home

eXTReMe Tracker