sábado, outubro 25

"(...) Blackwell, que morreu na semana passada em Los Angeles com 86 anos, começou a publicar em 1960 uma lista anual das 10 mulheres mais mal vestidas, a Mr. Blackwell's Ten Worst Dressed Women. Foi a primeira no seu género, e nela o seu autor satirizava e arrasava em simultâneo, os excessos, os ridículos e o mau gosto do guarda-roupa das celebridades femininas, com uma pontaria mais certeira do que a de um atirador de elite, mais veneno do que o contido num frasco de curare, e um talento particular para a rima e a aliteração. (Que inevitavel e infelizmente se perdem na tradução para português). O sucesso da dita foi instantâneo e tremendo, e Mr. Blackwell ficou com a sua parte de fama garantida até morrer. Em Hollywood, e ao contrário do crime, a bitchiness compensa. (Nem por acaso, Mr. Blackwell intitulou a sua autobiografia From Rags to Bitches). Meryl Streep, por exemplo, parecia "uma cigana abandonada pela caravana". Barbra Streisand era "a versão masculina da Noiva de Frankenstein". Lindsay Lohan tinha transitado "de adorável para deplorável". Bjork "dança no escuro e veste-se, também", Ann Margret vestia-se como "uma fugitiva dos Hell's Angels que invadiu as Zigfeld Follies numa noite de chuva". Martha Stewart parecia "o poster das centrais do Almanaque dos Fazendeiros". Camilla Parker-Bowles foi cognominada "a duquesa da piroseira". Britney Spears era "uma avezinha de barriga à mostra melhor ouvida do que vista". Nem a Rainha Isabel II escapou aos dardos do estilista: "Ela ou parece a árvore de Natal do palácio ou um membro idoso da família real num acampamento de rapazes." (...) A LÍNGUA VIPERINA DA MODA EM HOLLYWOOD por Eurico de Barros no DN
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