terça-feira, julho 8

Etiquetas, para que vos quero


É impressão minha ou as etiquetas na roupa fabricada por grandes cadeias vão crescendo em número e em tamanho? Já nem falo só daquelas fitas enormes que se encontram no interior das camisas, calças ou saias. Reparei hoje que há etiquetas quase do mesmo tamanho que certas peças de lingerie. Uma visão aliás totalmente desprovida de estética. Coisas que os ricos desconhecem, os sortudos.
Como se não bastassem os tamanhos e preços em diversas moedas, algumas ainda ostentam bandeirinhas identificando a nacionalidade das mesmas. Das moedas, claro. Além disso, ainda temos que cortar as maxi-etiquetas com as instruções de lavagem (em diversas línguas) com símbolos normalizados, mais outra tamanho super com a composição do material, (de novo multilingue) como o polyester, o algodão, etc., mas ainda não se ficam por aqui (já vamos em três). Falta sabermos tudo sobre o grupo que produz o material, ou seja, as moradas nos diversos países onde têm sedes, assim como os respectivos números fiscais e, no verso, o local de fabrico (vulgo made in China), traduzido igualmente para várias línguas. Face a este disparatado excesso de informação, a maior dificuldade para o cliente é encontrar o que lhe interessa, ou seja, o número e o preço. Ao contrário do que acontece com as ementas em restaurantes de luxo, o preço está lá, é só uma questão de o encontrar.
Graças à globalização, eu, a Isabel de Buenos Aires, a Elizabeth na Inglaterra, a Isabella em Roma e a Isabelle de Avignon, partilhamos os mesmos modelos e porventura o mesmo horror ao tamanho das etiquetas. Por falar nisso, esta maçada na costura precisa de mais uma tesourada.

13 Comments:

Blogger esquilo said...

pior mesmo só os "buracos" que abrimos sem querer ao tentar "descozer" essa praga na roupa dos pequenos! um desespero, Miss Pearls, um desespero!

8:55 da manhã  
Blogger CPrice said...

risos Miss Pearls .. como tem razão e a coloca cheia de humor ;)
Beijinho

10:16 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Minha querida, cheguei à conclusão de que és "a" blogger por excelência: consegues transformar o assunto mais comezinho num post cheio de graça...

Beijinhos,

Sofia

2:42 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Querida Sofia,
Quem não caça com cão caça com gato :)
Bem que eu gostava de saber escrever à séria como tu.
E PARABÉNS QUERIDA!:)
o POST DO TEU MENINO ESTÁ FANTÁSTICO.

oNCE E ESQUILO,
Muito obrigada pelas vossas palavras

2:49 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A questão não é ser rico, mas ter, ponhamos a coisa assim, «poder de síntese». As senhoras podiam ter menos e melhores coisas, daquelas com etiquetas tão pequenas que se anda um ano a pensar que é impossível o raio do pulover ser tão fino, tão leve e ao mesmo tempo tão quente, que deve é ter fibra, e só depois num dia de mais sorte se vê a etiqueta a dizer 100%baby cashmere.
Ao invés, têm o complexo dispenseiro, da atafulhação, e compram coisas desnecessárias, como bem disse a Manuela Ferreira Leite. Comprem bom e menos, que ao fim verificam que ainda poupam.
De qualquer modo, o post tem, como sempre, muita graça.

5:57 da tarde  
Blogger sem-se-ver said...

ainda ontem comentava isto mesmo com uma amiga :-)

coincidência gira.

e o seu post, mt engraçado.

11:26 da tarde  
Blogger Lina Arroja (GJ) said...

Veja assim por este lado: todas as Isabelas estão mais cheiinhas ... em especial as francesas que eram uma implicação, para qualquer das outras, sempre perfumadas, elegantes, pernas giras, magras e cheia de charme. Com a globalização só lhes resta a marca "Comme les garçons" e a isto os homens não acham piada nenhuma.
E as etiquetas grandes dão jeito para segurar alfinetes para espetar naquelas que ainda ousam confrontar o nosso orgulhoso Medium /Large :)

11:18 da manhã  
Blogger Lina Arroja (GJ) said...

Esqueci-me de acrescentar que o tamanho das etiquetas é só para disfarçar que as roupinhas estão maiores e dão para todas as nacionalidades.

11:23 da manhã  
Blogger M Isabel G said...

Bem visto, grande joia :)

Aposto que o comentário anónimo aí em cima foi escrito por um homem :) Mas não está mal visto :)

1:07 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Resta saber em quanto é que o preço das etiquetas aumenta o preço do produto final, n'est-ce pas?

11:30 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O comentário anónimo sobre o poder de síntese é de um homem , sim senhora. De um homem prudente e, por isso, anónimo, que conversa de etiquetas e senhoras é terreno difícil. Mas ia a passar e não resisti.

2:04 da manhã  
Blogger Lina Arroja (GJ) said...

..."Mas ia a passar e não resisti."
ah:) sempre o mesmo problema dos homens. Ia a passar e não resistiu à conversa das mulheres :)

2:29 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

CAro anónimo
Esteja à vontade de deixar aqui o seu comentário. Como recusar a sua gentileza? Se calhar até nos conhecemos, mas nãotem a menor importância. Aqui é sempre bem-vindo.
Também me deixam algumas assoadelas barulhentas nos comentários, mas isto aqui não é nenhum caixote do lixo.

Grande joia,
Eu cá gosto deste anónimo gentil... :)

11:44 da tarde  

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