Onde houver uma sombra
INFÂNCIA
Todas as árvores apaziguam
o espírito. Debaixo do pinheiro bravo
a sombra torna metafísica
a silhueta de tronco e copa.
Em volta da ameixoeira temporã
vespas ensinam aos meus ouvidos
louvores. As oliveiras não se movem
mas as formas da essência desenham-se
cada dia com o vento.
Na sombra os frémitos
acalentam o pensamento
até ao não pensar. Depois
até sentir a vacuidade
no halo de flores que o envolve.
Sob as oliveiras, por fim,
que não se movem contorcendo-se,
concebe o não conceber.
(Fiama Hasse Pais Brandão)
2 Comments:
Gosto desta homenagem. Faz com que abandone o estatuto de sobrevivente. Por momentos, pelo menos.
Gostei de ler, Miss Pearls. Eu que, muita gente se admira, vá-se lá saber porquê, já plantei tantas. Uma experiência boa que o meu pai cultivou. Os meus mais velhos também. :)
(Ainda bem que deixou a preguicite) :)
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