Uma corrida, uma viagem
O Eduardo escreveu sobre os taxis de Lisboa. Apesar de ser bastante raro, de vez em quando tenho necessidade de utilizar este meio que, como refere, é um transporte público. Basicamente, é sempre uma incógnita como será o condutor que nos conduz e quais as condições da viatura em que vamos viajar. Junto das paragens, quando se formam filas, então é mesmo uma sorte e eu devo ser das pessoas mais azaradas. Aquele maldito cheiro a baunilha persegue-me pelas ruas de Lisboa, uma dor de cabeça.
E se os trocos são quase sempre um problema, as viagens pequenas são uma "maldição". Imagine-se agora um pé magoado, uma viagem pequena e uma nota grande. Dá direito a uma experiência traumática para o resto da vida. Eu sei que têm que ganhar a vida, que o trânsito é um caos, que os condutores portugueses são, na sua quase maioria, uns idiotas a conduzir, mas valha-me Deus, que culpa tenho eu?
E isto sem falar na velocidade, logo eu, uma crente e fiel seguidora dos limites máximos de circulação. Já quanto às luzes, confesso que ainda não consegui decifrar aqueles códigos tarifários. Se está livre é óptimo, se não não está, paciência. Mas nem tudo é mau: um dia surgiu-me um cavalheiro aprumado, de camisa e gravata e carro impecável. Deve ter sido das últimas gorjetas que dei a alguém.
Em suma, não conheço ninguém que não tenha pelo menos meia dúzia de histórias de taxis para contar em português. Mas desconfio que há por aí alguns estrangeiros que também terão as deles, longas histórias do aeroporto ao Restelo passando pela Baixa, ou do aeroporto à Baixa passando pelo Restelo. Provavelmente, lendas urbanas que circulam informalmente pelos agentes de viagens.
2 Comments:
Pior ainda, é quando os taxistas se armam em filósofos, do mais reaccionário que há...
IO
Bom, eu por acaso uso com alguma frequência o serviço de táxis em Lisboa.
Ao longo do tempo fui-me apercebendo como conversar com taxistas, entro logo com a maior das simpatias, começo por falar do tempo, qualquer coisa sobre futebol, um pouco de política (sempre falar mal do governo da situação), e como a vida é difícil e tal. Outra coisa que aconselho a todos, sempre digam por onde querem ir, qual o caminho a seguir, para não serem enganados enquanto o taxista vos passeia pela cidade. Cada vez que me atraso para alguma frequência na faculdade, digo logo "Suba a Estefânia, desça pelo Conde Redondo, passe o Marquês, siga pelas Amoreiras, depois do viaduto sai para Monsanto". Assim se demonstra que se conhece bem a cidade e se desencoraja o taxista a "inventar" caminhos.
Obviamente, tenho umas histórias giras para contar, mas a que destaco mesmo foi a do taxista que me disse "a mim ninguém me lixa, tá a ver isto aqui?" e mostra-me uma arma, por 2 vezes que fez isto. Ainda estou para saber se disse alguma coisa que não devia ou se ele não gostou mesmo da minha cara...
Enviar um comentário
<< Home