domingo, dezembro 30

Outras vidas para além da meia-noite


Amigos de férias na zona de Bilbao ligam-me desmoralizados e desapontados com o país vizinho: "Esta gente ainda não viu a luz. Um atraso de vida", queixam-se. E contam-me que pelos restaurantes e bares continua o alegre ruído e o característico cheiro de Ducados e água de colónia a litro, mistura de marca, única no mundo: "Se eu mandasse, já tinha acabado com estas zurrapas com pretensões a água de colónia. Isto sim, um atentado à saúde pública", protesta uma amiga por entre uma baforada do seu cigarrinho americano, uma trincadela de pão espanhol cortado a várias mãos e uma caneca de tinto saído de uma pipa.
Por outro lado, tento encontrar mais argumentos que consigam demover o Paulo Tunhas, um novo-excluído social, a ficar por cá e a não partir para Viena, apesar de na capital austríaca se poder fumar à vontade. Saberá o Paulo certamente que aquela gente não quer carros no centro da cidade, criaturas saloias que andam de transportes públicos à noite com roupa de ir à opera, que desconhecem o conforto das segundas filas, é esquista com a limpeza da bicharada, e pior ainda, quando viajam de metro deixam o jornal no grampo depois de o terem lido. Gente assim, é de desconfiar. Está bem que têm o barroco, a Sacher torte, os cafés, o Kunsthistorisches Museum e a música, mas já agora, sabe esquiar?

2 Comments:

Blogger Paulo Tunhas said...

Viena vale bem um trambolhão na neve, Isabel. Bom ano.

Paulo Tunhas

7:38 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Está a falar do vizinho país basco?

12:48 da tarde  

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