sábado, dezembro 29

Meia-noite

Antecipando as festas e a chegada de mais um ano, o jornal Público sugere "a banda sonora para uma passagem de ano imaginária". Lá para as 7 horas da primeira madrugada do novo ano, o autor sugere Sam Cooke "A Change Is Gonna Come", em que "os corpos começam finalmente a ceder e reparamos, pela primeira vez, nas olheiras que saltam à vista em face alheia. Tragicamente, começa a perceber-se que até as festas de passagem de ano têm um fim." Eu prefiro a versão de Bob Dylan mesmo em pleno Agosto:

No Diário de Notícias, Ana Sá Lopes escreve sobre a "regeneração", a que associa o "conceito da agenda em branco onde tudo pode ser mudado pelas forças manipuláveis da vontade de cada um é dos mais alegres que há":
"(...) Aí vamos nós e a nossa vontade de ferro direitinhos a um calendário novinho, virgem e disponível para os nossos desejos. O mais interessante das efabulações de fim do ano é que todas elas dependem (ou nos surgem como se dependessem) apenas de nós. Não há neste filme da regeneração que ultrapassar obstáculos exógenos: trata-se simplesmente de pôr a funcionar as capacidades próprias sem necessidade de terceiros. Os sonhos "irrealizáveis" ou os dependentes de poderes alheios ou de circunstâncias maiores pertencem a outro campeonato. Este, o da regeneração, é pessoal, intransmissível, e singelo. É o campeonato das "coisas simples" que se podem, alegadamente sem esforço insuperável, "fazer bem". É aquele onde podemos fazer tudo, se quisermos e, a esta hora, queremos sempre. A ingenuidade da proposta é tão divertida como a sua recorrência anual. Eu cá alinho sempre."
Pois nem de propósito, acabo de comprar as folhas em branco para a agenda de 2008, com a fezada do costume para a lista de desejos confessáveis e inconfessáveis :" É este ano!".
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