Museu dos Relacionamentos Desfeitos
Quem conhece Berlin certamente terá ouvido falar dos okupas mais famosos do mundo e do Tacheles, uma espécie de centro cultural alternativo. Eu vi-o do rio e despertou-me a atenção. Quando perguntei o que era e após uma breve explicação, fui informada que "não era interesting". Era só para saber, caramba. Segundo o Público, encontra-se por ali uma exposição itinerante sobre relacionamentos fracassados, aliás com enorme sucesso. O Museu de Relacionamentos Desfeitos, como lhe chamaram, pede às pessoas nas cidades por onde passa que ofereçam lembranças de romances, sejam de casos breves ou divórcios dolorosos. A exposição teve início na Croácia, passou pela Bósnia-Herzegovina e Eslovénia e já vai com mais de 300 ofertas. Só em Berlim já ofereceram mais de 30 objetos como um vestido de casamento e um machado, usado para destruir a mobília de uma ex-namorada, anéis, umas algemas com pêlo cor-de-rosa, uma prótese, uma bicicleta ou uma cafeteira. Todos são acompanhados de uma breve descrição do fim da relação - a ideia é ter um efeito catártico. A exposição segue para Belgrado, Skopje e Estocolmo, mas algumas galerias em França, Itália e Japão já mostraram interesse em receber esta mostra. Um dos objectos mais bizarros será o machado. Uma habitante de Berlim deixou a sua companheira, com quem vivia, para ir passar três semanas aos Estados Unidos. "Despediu-se de mim no aeroporto chorando e dizendo que não podia passar três semanas sem mim. Quando voltei, ela disse que se tinha apaixonado por outra pessoa", diz a descrição que acompanha o objecto. "A mobília dela ficou comigo. Então, para decidir o que fazer com a minha raiva, comprei um machado (...) Todos os dias parti uma peça da mobília dela". Fotografias e artigo do Der Spiegel Artigo Público 28.10.2007, Maria João Guimarães (Mais notícias aqui, aqui e aqui )
Nota: No site Museum of Broken Relationships podem ser deixadas fotografias, e-mails, ou SMS. A ideia é que as pessoas não destruam os objectos como terapia, mas que os levem antes para o museu, participando numa "história emocional colectiva", como se diz no site. "O impulso normal é destruir os objectos, os vestígios de uma relação, para seguir em frente", disse Olinka Visitika à BBC on-line. "Mas pensámos usar a criatividade para superar a dor da experiência e também lembrar, mais tarde, a alegria que estes objectos já significaram. "
1 Comments:
será que lá posso deixar a minha dor?... dava-me um jeitaço cartartico
bom domingo
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