Tanto barulho por nada
Com o excesso de ruído diário provavelmente vai passando despercebido, mas qual a necessidade de se FALAR TÃO ALTO em locais públicos? Qual a necessidade de pôr a vidinha ao léu? Nos restaurantes é-me indiferente saber como os Sousas arranjaram dinheiro para as férias no Algarve, que a Ana engordou tanto que não cabe na saia nem no provador de roupa, no metro (sem piadinhas) meio mundo gozou com os cozinhados da cunhada e cabeleireiros à parte, os telemóveis só pioraram a situação.
Decididamente não percebo tanto alarido com a vida de cada um, nem a ligeireza na devassa da privacidade em alta voz. Coisas de "shhhh people", poderão pensar. Nada disso, rindo-me baixinho. E depois há quase sempre a presença de música, geralmente indesejável, a maioria das vezes péssima e intoleravelmente alta. E gente que faz da sua vida um comício ou uma plateia.
Por aqui podem rir-se ou falar alto à vontade que são sempre bem-vindos: estão em vossa casa. Não se preocupem que este blog tem vidros duplos.
Imagem: Retrolyfe
4 Comments:
verdadeiros discuros para público "inexistente" e que se supõe alheio .. ou alheado ;)
Gostei *
Beijinho
Comecei a ler este seu post e desatei-me logo a rir, é que ainda ontem ao jantar num restaurante ouvi a conversa inteirinha da mesa ao lado onde pontuavem três executivas entre os 43 e os 47 anos, todas bem sucedidas, com extensões e nuances loiras no cabelo. Foi muito instrutivo pois tive a oportunidade de
comparar os preços do respectivos cabeleireiros, dos arranjos de mãos e unhas, tudo carissimo, lamentavam-se elas.
Eu também achei, pago menos...Uma delas de 43 anos já era avô de uma menina de 9 anos. Fiquei enternecida! O meu problema maior foi quando uma delas ao telemovel queria explicar onde se encontrava a jantar e então dizia "é aqui para os lados de Oeiras" e perguntou ao empregado, "que terra é esta?", ao que ele respondeu solicito É Paço de Arcos minha senhora....um jantar inesquecível :)
Um verdadeiro atentado contra o prazer de ler no comboio, o raio do tm... mas esta gente rasgou a privacidade?...
Um beijo, IO.
O ruído de vozes varia com o país onde estamos e a língua dominante. Gosto tanto de apreciar as diferenças "de orquestração" que nunca ouço as conversas que o provocam: podiam preparar um golpe de estado a meu lado que não me aperceberia, mesmo que falassem o português da minha terra. Aprendi a defender-me contra as invasões da privacidade, suponho. Ou talvez tenha falta de curiosidade, o que já é mais grave, mas fica mais barato do que vidros duplos.
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