No tempo dos filmes mudos
A sala da Cinemateca encheu-se hoje de sons saídos do piano que acompanhavam John Gilbert e Mae Murray no filme mudo "A Viúva Alegre" de Eric von Stroheim, cheio de galãs românticos com bigodes de luxo e obsessões com sandálias de fazer inveja a modernos fetichistas.
Foi com este filme que o Odéon abriu as portas ao público em 1927. Fez hoje oitenta anos que lisboetas aprimorados puderem ver "A Viúva Alegre" num écran mudo acompanhado de orquestra. Oitenta anos depois rimo-nos baixinho não pelo receio de abafar a música, o único som que se ouvia naquela sala, mas pelo caricato de situações que vimos agora a cores: a natureza humana está em von Stroheim como em David Lynch.
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