terça-feira, junho 5

Room service

Gosto de hotéis. Cá em casa gostamos de hotéis. Se pudéssemos passavamos longos períodos em hotéis como esse aí em baixo, com massagens, termas, óptima cozinha e tudo aquilo a que temos direito. Como não temos dinheiro, fazemos aquilo que os menos afortunados fazem com restaurantes, viagens de luxo, livros especiais e outras coisas mais: leêm as revistas da especialidade. Portanto, é melhor corrigir: cá em casa lemos revistas de viagens com hotéis fantásticos. Não me recordo de acaloradas discussões sobre o tema, mas é possível que no mundo dos milionários as diferenças de opinião sirvam de pretexto para divórcio. Nunca se sabe.
Não sei de onde terá vindo este simpático apego ao room service. Tenho pensado nisso. Em criança, hotéis eram para casamentos fora de portas e em lugares tão inóspitos como Fátima ou algures no Alentejo, para não incomodar a família. Recordo-me de ter ido à Praia da Rocha e contou-me o meu pai mais tarde, que não havia resorts nenhuns. Suponho que isto venha tudo nos livros e que o gosto pelo "room service" não signifique mais do que uma fuga às delícias do lar (Até a explicação é pobrezinha).
A verdade é que férias à séria deviam ser todas em hotéis. Não falo em aparthotéis, com mini- cozinhas que só servem para empatar, ou apartamentos com panelas, pratos e fogões. E nada de micro-ondas. Não se podem fazer concessões.
Não falo sequer desses resorts em locais mais ou menos longínquos, cheios de actividades, horários para ginástica e corpos em boa forma. Nada disso. Hotel que se preze não tem barulhos, jogos de futebol, apitos, altofalantes estereofónicos nem faz qualquer tipo descriminação. A não ser que uma bilionária gorda tenha pior feitio que um milionária magra e aí já todos os cuidados são poucos.
Vendo bem, neste hotel da página 5, até eu seria capaz de aprender golf.
Vilalara a ouvir as ondas

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Miss

Perfeito. As nossas férias deviam ser assim, com ou sem "bigodes".

Sem embalagens de fiambre no firgorifico, sandochas enroladas em papel acrilico.

Mas, Miss, e o "Libre de Humos"??? ou seja nada de cigarradas?

t

2:48 da manhã  
Blogger loira suicida said...

Já experimentaste passar um fim-de-semana numa barraca em Chelas?

8:27 da manhã  
Blogger cdgabinete said...

Concordo... Todos devíamos ter direito a férias em hotéis de sonho, com um impecável serviço de quartos, pelo menos 1 vez por ano!

1:46 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

T,
Claro:)
Era só pedir pelo telefone . Fantático!!

CDGabinete,
Ora nem mais !!


Loura,
Vá primeiro e depois conte-nos tudo. Pode ser?

5:45 da tarde  
Blogger Maria de Fátima Filipe said...

Miss Pearls,

Já ouviu falar na ilha do Bazaruto?
Com tudo isso a que temos direito e muito muito mais. A paisagem mais desmumbrante que possa imaginar! Depois mando-lhe as fotos...
:)

6:16 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Hoteis de luxo de praia? Em Portugal? Boato sem fundamento. Abrem as camas às 5 da tarde e, se se as usarmos antes do jantar depois nem sempre a voltam a fazer(!!!), salvo sob ameaça (um franco franzir de sobrolho). O room-service é caríssimo e os pequenos-almoços na varanda do quarto têm de ser encomendados de véspera, salvo se os tomar até às 11h da matina! Se se esquecer, servem, mas de má vontade e fica o dia estragado.
Isto tudo passa-se num hotel português de 5 estrelas cadentes, falado e tido como bom para cliente regularmente regular.

1:18 da manhã  
Blogger definitivo said...

Ironia, Miss Pearls, o meu primeiro emprego foi... num hotel. Acabados os estudos, "mana, arranja-me um trabalhinho no teu hotel". Ela arranjou. Pudera, ameacei que não lhe aceitava mais nenhum convite para jantar...

Aguentei (alguns anos) em hotelaria, a "folgar" às quartas-feiras. Desisti - o que eu sou capaz de fazer pelos amigos! - da hotelaria, quando me cansei de ver os meus amigos a folgarem aos sábados e aos domingos e... feriados.

A verdade é que aquilo não era vida para mim: no hotel (em qualquer hotel), nos dias em que os outros mais se divertem, é exactamente nesses dias que os coitados dos empregados mais dão ao "cabedal". E eu nunca me considerei de pau. Ai se fosse! já teria ardido há muito tempo, de tanto fogo.

Mas, ironia das ironias, quanto mais eu detestava os hotéis, mais eu gostava de estar do lado deles. Dos clientes. Gozar aquela vida de liberdades, de luxos, de prazeres, de barulhos, de silêncios, de exageros, de sossegos, de movimentos, de namoros, de desenlaces, de traições, de culturas, de companhias, de... solidões...

Ainda hoje mantenho esse desejo (reprimido) de viver num hotel.

Ou então, viver num navio de cruzeiro. Como o Danny Booman T. D. Lemon Nineteen Hundred - "A Lenda de 1900" - a bordo do "Virginian",

E estou como a Miss Pearls: vendo bem, neste "Virginian", até eu era capaz de aprender... a nadar.

Por falar nisso... a minha avó nasceu em 1900...!

3:07 da manhã  

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