Vida de cabo

Alguém algo adoentado, com vontade de levar injecções de televisão por cabo durante a tarde, entre uma dose de comprimidos e uma colher de xarope, pode vir a encontrar-se sujeito a patologias graves como febres altas ou distúrbios comportamentais. Sem se dar conta, pode a qualquer momento encomendar um kit de tachos da Martha Stewart, carpir mágoas junto do Dr. Phill, suspirar por um lifting ao queixo, aconselhar blusas sóbrias à tigresa de Chicago, confessar-se à Oprah, caçar crocodilos em África, descobrir o túmulo de algum Apóstolo, invejar a biografia da Julia Roberts, converter-se ao rap ou ao wrestling (casos agudos), enfadar-se com expedições no Ártico, puxar o cabelo ao Jon Stewart, salivar com os pratos do Oliver ou, quem sabe, pagar a dízima a troco da saúde.

No entanto, na convalescença, aconselha-se o canal parlamento. É sempre para o lado que se dorme melhor.