Foyle's war

Chama-se Foyle's War e o New York Daily News descreve a série como "Undoubtedly the most intelligently conceived production we've seen in a long time". Não sei se lhe chame escândalo, indigência ou absurdo, mas por cá, a série passa às duas e trinta da madrugada no canal 1. Não fosse hoje passar os olhos pela programação da televisão, nem daria conta de que essa série andava pelos nossos canais. Neste caso, pelo público. Pergunto-me, aliás, quem serão os espectadores acordados até às quatro da madrugada. Provavelmente estaremos perante milhares de insónias por esses lares adentro, mas disso nada sei porque felizmente é maleita de que não padeço.
Foyle's war é uma série policial em tempos do ínicio da Segunda Grande Guerra. Um antigo combatente da Primeira, trava agora nos bastidores a sua própria guerra na investigação de crimes de toda a espécie, em cenários da costa sul de Inglaterra, juntamente com Sam, uma motorista inteligente e do complexo agente Paul Milner. São histórias do tempo de guerra, episódios cheios de sabotagem, falsas fábricas de munições, objectores de consciência assassinados, roubo de mantimentos, conspirações diplomáticas, ganância e dramas pessoais em tempos tão dramáticos.

Mas é uma série policial que procura sobretudo mostrar e valorizar o outro lado de um esforço de guerra que se desenrola fora das batalhas e da destruição. São outros combates feitos por outros heróis, velhos e novos heróis, tentações, lealdade, perseverança e tantas vezes impotência.

A esta guerra, a guerra de Foyle, dá-me a impressão que lá pelo canal público ninguém a viu.

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