Histórias de encantar
Não há volta a dar. A publicidade está por todo o lado: na televisão, nas revistas, na caixa de correio, na rádio e mais recentemente, via telefone. Uma pessoa está fora de casa meia dúzia de dias e não obstante ter um auto-colante na caixa de correio a proibir publicidade, é o suficiente para encontrar no regresso folhetos de toda a espécie. Uma coisa boa é o caixote do lixo que o condomínio mandou instalar, mas há quem seja adepta das promoções dos supermercados, principalmente nos dias em que o peixe é mais barato. Confesso algum ressentimento contra estes folhetos: das duas vezes que tentei aproveitar alguma promoção fantástica, já estava tudo absolutamente esgotado.
De resto, acho que sou uma mulher fraca e uma consumista forte: compra-se o iogurte com bom aspecto na esperança de se ficar parecida com a miúda gira da banheira de espuma e aquele detergente maravilhoso na expectativa de que ele lave a louça sozinho.
Tudo normal, aliás. Lembro-me sempre da senhora (bastante) anafada que encontrei no Verão passado na farmácia da minha praia, a comprar uma bisnaguinha do último creme adelgaçante que a Claudia Schiffer estava a promover.
Tudo normal, aliás. Lembro-me sempre da senhora (bastante) anafada que encontrei no Verão passado na farmácia da minha praia, a comprar uma bisnaguinha do último creme adelgaçante que a Claudia Schiffer estava a promover.
7 Comments:
Imagina estar fora de casa há 1 mês e aceitar habitualment toda a publicidade. Alguém anda numa roda viva a guardar folhetos e jornais de toda a casta e feitio.
Esqueci algo em S. Martinho? No capítulo produtos de beleza só me lembro da tinta de cabelo perdida no tempo que me queimou a hirsuta cabeleira da época.
Acordando da travessia onírica das Ilhas Flamengas (pérolas no Oceano) para resvalar no atordoamento do consumismo? A vida é sonho?
Querida Belita
Todas nos nos lembramos da famosa tinta para o cabelo e do banho de espuma do detergente da máquina da roupa :)
Atordoamento consumista vinda do paraíso, caro Jansenista.
Já estou pronta para admitir que a sua viagem aos Açores me deixou completamente desassossegada.
Eu não conheço nenhuma das ilhas, o que por si só me deixou com vontade de lá ir.
As suas fotos deixaram-me com comichão no céu da boca e a minha imaginação já parecia a de um galgo...
Delicioso é saber e sentir, através dos seus posts, que há pérolas espalhadas por este nosso país.
Deve ser único ser recebida por tamanha verdade, carinho, atenção...polvilhado com a natureza a rebentar pelas costuras....
É realmente de tirar a respiração
Que bom este meu desassossego.
Bem haja, Miss Pearls
Isto é qu'é: meter o carro à frente dos bois.
Uma ilha fantástica Patricia , com pessoas maravilhosas, mas não sei se gostaria de lá viver. Não sei se me habituaria.
Talvez entenda essa sua dúvida até porque vivi 12 meses na Madeira, mais propriamente no Funchal.
As pessoas também são maravilhosas e é uma cidade com uma vida social e nocturna mais intensa que nos Açores (dizem), mas confesso que passado um mês estava a rebentar pelas costuras.
Tive uma sensação de aprisionamento, de limitação a pesar de vir a Lisboa pelo menos duas vezes por mês.
As pessoas conhecem as idiossincrasias umas das outras.
Eu diria que é claustrofóbico.
A motivação, a imaginação e o querer ficam aquém daquilo que temos como sendo nosso.
Contudo tive experiências muito agradáveis e mantenho contacto com pessoas enrequecedoras na forma como sentem a vida.
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