O chá, as camélias e o mar
Nunca tinha visto uma plantação de chá nem tantas cameleiras juntas. Por sua vez, este mar da Ribeira Quente que aqui veêm, já foi testemunha em 1997 de uma grande catástrofe. O homem, a natureza e os elementos têm juntos grandes momentos de beleza e também de enorme tragédia.
Como escreveu a Rita"Um mundo de tão pequeno que parece a brincar, onde todos se conhecem, onde não há segredos, onde a ameaça do mar, das placas tectónicas, da vida da terra não desaparece e onde o fim nunca foi tão explícito. Tudo acaba na água, numa cratera convertida em lagoa, numa pastagem, num campo de chá, numa montanha. Não há escapatória, nem esperança de um passo em frente sem que se regresse a um lugar já antes visitado."
Pelo caminho, vindos de um carreiro, com capas garridas, os romeiros da Quaresma, grupos de homens que durante sete semanas da Quaresma percorrem a ilha a pé rezando junto das igrejas e capelas. Depois da beleza das paisagens, da terra que a gente não pode domar, da lagoa encantadora, ferida pela inépcia humana, dos pastos verdes que percorrem a ilha e lhe dão alimento, foi a imagem desta devoção que se mantém comovida no regresso e que a intimidade me impede de revelar.
Para além da terra, do mar, das fumarolas, foram as gentes desta ilha verde que me prenderam. Curiosamente, algo semelhantes às da minha terra: a insularidade e a interioridade.
3 Comments:
Dear Miss Pearlls
Nao sao capas Sao xailes
From canada
Agora vivo no Alentejo, mas até há dois anos morava nos Açores. Estive lá 14 anos e tudo o que diz e viu é-me muito familiar. As saudades da magia que brota por todo o lado são muitas...
Ah! São xailes!
Muito obrigada pelo seu esclarecimento. Acho que nunca me vou esquecer dos Romeiros e hei-de lá voltar às Festas do Senhor Santo Cristo.
Plopes:
Sim, tem razão. Aquilo é tudo um pouco mágico,
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