sexta-feira, março 16

Chá, café ou laranjada.

Há cores e cores. Há cores que nos ficam bem, outras de que não gostamos e ainda as que não usamos simplesmente porque nos aborrecem ou sempre nos desagradaram (de novo a hereditariedade). Por vezes ignoramo-las porque as associamos a situações, a pessoas ou a momentos, geralmente desagradáveis ou de tristeza. Há dias para o verde, para o azul, para o branco ou para o castanho. Há dias em que qualquer cor é boa e há dias para cor nenhuma. Há manhãs em que as cores saem à primeira e há dias (e noites) em que custam a escolher.
Há dias em que qualquer cor serve e há dias em que se procura a cor perfeita. Há cores para o tom dos olhos, do cabelo, da pele, da hora do dia, da noite e da ocasião. Há cores para bebés, para o menino, para a menina, para a jovem adulta, para a mulher, para quem quer parecer eternamente jovem, para a meia idade, para a velhice e até para a morte.
Há as cor pastel e as cores vivas, há personalidades, formas de ser, atimidez e a exuberância. Há o clássico e o moderno. Há os armazéns do Martim Moniz e a Rua Castilho. Há o azul claro, o azul petróleo e o azul escuro. Há quem vista sempre de preto, quem mude com as modas, quem nunca saia dos mesmos tons, quem arrisque e quem não tenha coragem de arriscar. Há o verde-água, o verde-azeitona, o verde-caqui, o verde escuro e o verde da Barbour. Há os dourados e os prateados e quem os veste ou quem os pode usar. Há as cores que "dão com tudo" e as cores que se arrumam nos armários. Há o rosa-bebé e o azul-cueca.
Procuram-se os tons das meia, dos sapatos, do cinto, da carteira, esmera-se na escolha da cueca, do soutien e no mundo interminável de cores e feitios de unhas.
O branco serve sempre, o vermelho às vezes, o amarelo raramente. Mas o brique, a cor de tijojo, essa nunca. Se me virem nesses preparos, denunciem-me às autoridades do gosto. Ainda não há? Não lhes dêem ideias.

8 Comments:

Blogger definitivo said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

3:41 da manhã  
Blogger CPrice said...

fantástico Miss Pearls .. :)
Abraço e bom fim de semana *

9:21 da manhã  
Blogger Maria de Fátima Filipe said...

E também há a cor-de-burro-quando-foge, que é assim uma espécie de brique/cor de tijolo com mistura de coisa nenhuma...isto digo eu, Miss Pearls.
:)

3:37 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Engasgou-se-me o cerebelo ao ler este post!
É uma verdade encantadora, repleta de significados vários.

Associo sempre as cores à minha mãe porque ela tem uma relacão com a cor que me transcende e fascina. De uma sensibilidade quase poética.
Com ela aprendi a saber lidar com a diversidades de cores.
A hereditariedade é uma "coisa" realmente fantástica.

Cores há que associo ao cheiro e vice-versa.
Isto vem da infância e sinto e sei que a relação que tenho com a cor e o sabor se deve à minha mãe, que este mês faz 72 anos e continua a fascinar-me a forma como ela dá cor à sua vida e à minha.

9:05 da tarde  
Blogger definitivo said...

Asseio, assédio, indiferênça, aborrecimento, desalento, genética, ignorância, insegurânça, tristeza, saudade, frustação, satisfação, perfeição, macho, fémea, sexo, maternidade, infância, adolescência, juventude, maturidade, velhice, morte, personalidades, vivências, medo, consolação, tradição, inovação, comércio, indústria, luto, consumismo, variações, fidelidades, força, fraqueza, ricos, pobres, remediados, modéstias, vaidades, feminilidades, satisfação, insatisfação, sofisticação, simplicidade, sensualidade, beleza, homem, mulher...

Há tinta (a cores) que chegue para tanto assunto sério, Miss Pearls?...

Como diz o outro, «perfeito!»

2:38 da manhã  
Blogger M Isabel G said...

Muito bem, a sua descrição, Definitivo. Obrigada.

Parabéns à sua mãe PAtrícia. Creio que é das únicas coisas de que tenho "inveja": de quem tem pai e mãe.

Ariel,
Uma cor horrenda, diga antes assim :)

Bjs

2:55 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Muito obrigada Miss Pearls.
Sou uma filha completamente babada e apaixonada pela mãe que tenho.

Hoje, quando fui à casa da mãe, fiz questão de levar o portátil para mostrar o seus posts sobre a cor.
Escusado será dizer que a mãe acabou por ler alguns dos seus textos.

"Eu não tiro uma virgula nem um ponto dos significados implícitos no texto desta Senhora.
O segundo texto só vem reforçar a ideia e a sensibilidade de Miss Pearls."

Finalizou dizendo: "Que ser humano especial deve ser Miss Pearls."

9:34 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

São mesmo coisas de mãe, Patrícia :)
Uma querida.
Mande-lhe um grande beijinho meu.

1:22 da manhã  

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