quarta-feira, julho 26

Sobre a "choraminguice" selectiva

"Eu sei, andamos todos irritados com a situação no Mediterrâneo Oriental. É sinal de que o destino daqueles povos não nos é indiferente. Pessoalmente estou farto do discurso choramingas de certa comunicação social, portuguesa e estrangeira. Todos sabemos que as notícias secas não garantem audiências. É preciso faca, alguidar e muito sangue. Já não posso ouvir falar em civis, como se civis não fôssemos todos, de um lado e do outro, e as guerras fossem torneios de cricket. O Carlos Azevedo talvez não saiba, mas eu conheço muita gente que nutre um ódio vesgo ao Estado de Israel. Aos amigos dou o benefício de supor que distingam os cidadãos. Compreendo que os tiques culturais interiorizados por sucessivas gerações tendem a perpetuar-se por atavismo. Do mesmo passo, muitas dessas pessoas são capazes de admirar a comunidade judaica de Nova Iorque porque é glamorosa e está associada ao melhor que a cultura Ocidental produziu. Mas execrar Israel faz parte da cartilha bem-pensante. É por isso que se fazem abaixo-assinados (cujos subscritores, na sua grande maioria, nem ao Martim Moniz vão; e não preciso de explicar porquê) em nome de uma paz que é metáfora do individualismo mais feroz. Sabe? A guerra faz muito pó. E anda imensa gente incomodada com tanta poeira no ar. "
(Itálicos meus)

14 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Cara miss Pearls:
Devo confessar-lhe á partida que não nutro qualquer simpatia pela causa de Israel. Para não me acusarem, de imediato, de ser anti-semita, não nutro qualquer simpatia pelo Stº Ofício, pelo Sr. Himler e por tudo o que aconteceu à comunidade judaica, durante séculos, na Europa Ocidental. Tive mesmo ao longo da vida alguns amigos judeus (antepassados sefarditas fugidos da península no séc XVI - salvo erro), de nacionalidade turca, agora a viver na Suiça. Tb não nutro a menor simpatia pelo fundamentalismo islâmico do Hezbollah ou pelo acesso do Irão á arma nuclear, mtº menos pelos patetas que se propõe manifestar hoje junto à Embaixada de Israel, mas deixe-me dizer-lhe uma coisa: independentemente da minha simpatia (que assumo)pelo povo da palestinano, no caso do conflito do médio-oriente, em Portugal, um dos problemas é cada um escolher à partida o seu lado da barricada e depois "construir" a sua argumentação (???) a partir dessa posição, sem qualquer objectivo de rigor e distanciamento. A isto não se chama análise; chama-se propaganda, que é o que aqui temos, neste caso, tal como teremos logo junto à Embaixada de Israel.
JC

JC

12:05 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Caro JC
Pelo meu lado, nutro uma especial simpatia por Israel.

O texto do Eduardo Pitta está muito bom porque retrata bem as coisas como elas são e a impostorice do costume.

12:12 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

I've noticed that before, Miss Pearls. Needless to say!!! E, neste caso, claro está tb pela respectiva propaganda... Sabe, esta história faz-me lembrar a guerra civil angolana, as visitas á Jamba e a cleptocracia angolana - e os respectivos "comentadores" em Portugal, claro! Ninguém é ingénuo e ninguém, ou quase ninguém, sai ileso!

JC

2:21 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Caro JC, infelizmente tenho muito que me preocupar.
MAs tenho tenho a minha liberdade de dizer o que penso.

3:05 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Israel é um erro geográfico, um logro histórico e uma ficção demográfica, para além de estar na origem dos piores males que afligem o Ocidente no século XXI, nomeadamente o fundamentalismo islâmico, que instigou pela sua política intransigente e brutal no Médio Oriente, pela transformação da Casa Branca e dos seus ocupantes em fantoches e testas-de-ferro militares, e pela constante chantagem política, ideológica e cultural que exerce através dos múltiplos tentáculos dos «lobbies» judeus internacionais. Nada do que lhe acontecer será demais, e espero que isso suceda antes que seja responsável pelo desencadear da III Guerra Mundial. Quanto aos diletantes ingénuos e «cosmopolitas» género poeta Pitta, «je les emmerde».

4:25 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Sr. Victor Abreu,
Neste blog não há lugar a linguagem ofensiva.
Eu não insulto ninguém, primeiro porque a minha educação não mo permite. Em 2º lugar porque guardo as minhas energias para o que preciso realmente.
Servi-me do post do Eduardo Pitta porque concordei com o que ele escreveu, não foi para o seu autor vir (logo aqui) ser insultado. Era o que faltava!
Espero que se dê por satisfeito com o seu comentário e peço-lhe de novo que se abstenha de usar AQUI linguagem que considero ofensiva.
ISabel

4:37 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Miss Pearls:

O meu inteiro apoio e solidariedade, se as aceitar vinda de quem não simpatiza mtº c/ Israel. A linguagem de Vitor Abreu é, como diz, ofensiva e insultuosa. Primária, apesar da maior ligeireza que as expressão "je les emmerde" possa ter no francês original, se comparada com a sua tradução em português.Mais ainda, ou pior ainda, nada acrescenta,antes pelo contrário, a uma discussão rigorosa e conhecedora do tema, que, vinda de onde vier, será mtº sempre bem vinda. Olhe, é mtº má propaganda! Mas atenção aos comentários de "Jansenista" no post "Nada de Novo". Diria que, pelo menos, estão mesmo no limite.

Até um dia

JC

4:58 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

"O meu inteiro apoio e solidariedade, se as aceitar vinda de quem não simpatiza mtº c/ Israel."
Caro JC,
Não é isso que me separa das pessoas.
Eu gosto de tratar bem as pessoas e gosto que me tratem bem. Tão simples quanto isto.

Ensinaram-me a separar as águas, talvez por isso tenho amigos que têm ideias tão diferentes das minhas, e que por acaso até são os meus melhores amigos. E Deus me livre se é por isso que deixo de lhes dar a minha amizade e o meu respeito.

E claro que ficarei triste se o JC deixar de aparecer por aqui.

5:13 da tarde  
Blogger Victor Abreu said...

Gostaria que me indicasse onde fui «ofensivo e insultuoso». Se se refere ao «emmerdement» do Sr, Pitta, é um coloquialismo francês, equivalendo ao português «estou-me borrifando para...» ou «estou-me marimbando para...» Nunca fica mal um conhecimento mínimo das expressões idiomáticas e seus respectivos equivalentes noutras línguas. Quem posta comentários de outros blogues, arrisca-se a que, por sua vez, eles venham a receber não só aplausos como também ataques de quem os lê - sobretudo sobre temas tão candentes, polémicos e delicados como o que o Sr. Pitta aborda. Ou então vivemos todos na unanimidade pantanosa, tal como sucede «lá fora» dos blogues. Quanto à conversa da «propaganda», se o Sr. JC não vê o que salta aos olhos, então nada a fazer e pode continuar a viver no mundo lindo das ilusões e das piedades dos media e dos pseudo-«opinion makers». E já agora, poderão dizer-me onde é que «diletante», «ingénuo» e «cosmopolita» são ofensas? No Cazaquistão? Na Patagónia? Na Cochinchina? Ou o poeta Pitta é tão flor de estufa, tão vidrinho de cheiro, tão pé-de-salsa, que se ofende com a menor corrente de ar verbal? «No hard feelings»...

5:38 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Peço desculpa ao Eduardo por isto tudo. Não era minha intenção que isto acontecesse.

5:51 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

O Sr. Victor ABreu não me conhece. O que posso eu dizer mais?

5:53 da tarde  
Blogger Victor Abreu said...

E ainda pede desculpa? Por amor de Deus, mas que culpa tem? E de quê? Mas porque é que neste triste país e nesta mísera blogosfera as pessoas confundem «argumentativo» com «ofensivo» e «insultoso»? Já ninguém tem a medida e a noção de nada? E, desculpe, o que tem a ver eu conhecê-la com as opiniões que eu expresso neste seu espaço aberto, e com a natureza dessas opiniões, muito afirmativas e veementes, concedo, mas não mal-educadas? Ou estamos todos condenados a conviver numa falsidade de punhos de renda e numa hipocrisia de chá das cinco?

6:04 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Cara Miss Pearls:

O sarilho que eu fui arranjar, com um simples comentário bem intencionado, já que fui o primeiro. Como dizemos em crianças, "fui eu o da boa ideia". As minhas sinceras desculpas, mas a minha intenção era exactamente a contrária: apesar de simpatizar com a causa dos árabes da palestina (no comentário disse povo palestiniano, o que é um erro histórico - as minhas desculpas) apenas quis chamar a atenção para o pouco rigor histórico e falta de conhecimento e independência que normalmente imperam.

Sorry por ter-lhe causado esta confusão.

12:00 da manhã  
Blogger M Isabel G said...

JC,
Não tem importância nenhuma.

Belo filme do Clint Eastwood que re-re-vimos agora :)

12:57 da manhã  

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