Do outro lado do post

Minha querida, Vejo que as novidades correm à velocidade de um post. Pois bem. Quando o algoz (piercings, tatuagens e sei lá que mais) terminou o serviço, pensei : "sou uma mulher perdida. Uma alma destinada a vaguear pela Terra, um fantasma do Fanstasporto, um espírito semelhante aos do filme da Kidman, sem ver a luz do dia, barricada a sete chaves, entrincheirada na mais remota aldeia do país, com as persianas corridas e o black out fechado, uma consumidora de comida on-line, uma viciada utilizadora de pagamentos por Visa. Em suma, uma barata. Quando vi os meus ricos despojos, que jaziam escortinhados no chão, pensei o pior, mas o rés-do-chão onde me encontrava foi o suficiente para me dissuadir. Passado o choque inicial, tornei-me uma leitora compulsiva de revistas de penteados. Como deves saber minha querida, estas reacções vêm todas explicadinhas nos livros. Nem preciso de dizer mais nada, pois não? Os amigos têm sido indulgentes, carinhosos e têm revelado uma meiga compaixão, como quem diz "deixa lá que logo cresce", comportamentos que também costumam ser tratados em diversas revistas. Lá para o Verão volto a ter vida social e encontramo-nos na nossa geladaria favorita ao Chiado. Até lá, sabes onde me encontrar. Um beijinho amigo deste lado do écran.