Gaspacho
Afinal não é só a mim que este calor traz recordações suaves de um tempo que corria lento. Por lá não fazia esse "fresquinho" de vento ou ar condicionado, talvez nas adegas de pedra onde se improvisava algum bem-estar de Verão. De resto, não corria uma aragem, não havia mar, o calor era seco como as terras vizinhas.
Na escuridão das casas fugia-se do calor das lâmpadas e das picadas das melgas. Era assim o Verão. O dia quente que não arrefecia à noite as ruas, as casa, e o mês da praia que nunca mais chegava para nos libertar o corpo do calor.
Daqui junto à minha janela onde corre um ventinho, deixo uma receita de gaspacho, prato pobre mas magnífico, nada de modernices de shots, batedeiras, presunto, figos ou pratos hexagonais.
Numa malga coloca-se sal grosso, dentes de alho, azeite e colorau (produto verdadeiro). Esmaga-se tudo muito bem no almofariz, e de seguida junta-se água fresca. Tempera-se com vinagre, junta-se pão (de preferência duro), e coloca-se por cima cebola e ovo cozido tudo cortado fininho.
Era assim que se comia à nossa mesa.
Era assim que se comia à nossa mesa.
4 Comments:
Aqui em casa só me calha gaspacho andaluz. Mas o da beira baixa também parece bem. Bom apetite.
Já estive a ver a receita do gaspacho espanhol. Não deixa de ser gaspacho mas demora um pouco mais a fazer e é mais rico.
Este das beiras é comida pobre, aliás como a gastronomia da Beira-baixa. Não quer dizer que seja inferior, nada disso., mas os materiais são mais pobre o que é natural.
Olha, olha, e também há o alentejano e o algarvio. Seja como for, marcha sempre!!!
e nem um toamatinho?...
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