De noite
Nestas noites quentes, tenho-me lembrado daquela árvore enorme com ramagens que pareciam entrar-me no quarto que já não existe. Naquelas noites, que ainda lá estão, com o silêncio que entretanto desapareceu, lá estava ela, quieta, com as folhas preguiçosas e as janelas abertas à espera de uma aragem.
Na escuridão das casas fugia-se do calor das lâmpadas e do zumbido das melgas. Era assim o Verão, que se vive de quando em quando, em alvoroço e estranheza, nas cidades onde o vento parou de soprar . O dia quente que não arrefecia a noite, as ruas, as casa, e a praia que nunca mais chegava para nos libertar o corpo do calor. A árvore já não existe mas vieram outras noites quentes com e sem aragem, boas e más, doces e ruins, com corpos cansados de sono, coisas de Verão, ou não.
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