Sob as colunas do Pátio da Galé
Enquanto em Mafra se desenrolava o 1º round das eleições do partido laranja, no fantástico Pátio da Galé à beira Tejo, iam desfilando modelos pernilongas e rapazes sisudos anunciando o próximo Outono-Inverno. Já lá vou às tendências mas antes, a minha crónica possível entre martinis rosatos e deliciosas travessas de sushi e queijo fundido com framboesas.
Devo confessar que os primeiros martinis rosados com gelo picado e sumo de morango tiveram um efeito assassinos em muito boa (e linda) gente; a cor e o açucar enganaram-nos bem enganados. No entanto, depois do segundo e terceiro dia, já se escolhiam os cocktails a preceito, sem danos colaterais nem sequelas entorpecedoras. Deixemos por uns tempos o assunto (e os martinis) em pousio até novo evento.
Tive de novo o meu momento "vip" devido a uma breve trocas de palavras com um conhecido director de um jornal satírico e, se virem bem alguma fotografia onde ele possa surgir, é possível vislumbrar uma nesga do meu vestido ou mesmo a ponta dos sapatos. Mas aquilo é outra praia onde eu não saberia nadar e o estilo mariposa é muito cansativo.
Para além dos estilistas que aqui deixei, os modelos apresentados pelo Nuno Baltazar e Pedro Pedro eram, na sua maioria, muito bonitos e, com uns centímetros (poucos) a mais dos lados e na altura, teria o maior gosto em enfiar-me nos fantásticos vestidos de lã e nos casacos de pele sintética que apresentaram. Em relação aos sapatos e botas, confesso total incompetência em movimentar-me nos mínimos olímpicos da mobilidade. Só quem não circula a pé na calçada portuguesa se poderá arriscar a tamanho desafio e, garanto a pés juntos que, neste empedrado, a expressão catwalk ganharia um novo sentido. Já quanto aos acessórios, depressa encontraria gavetas e armários disponíveis onde acomodaria os fantásticos óculos, sacos, colares e brincos que vi na passarela, mas o que conta é a beleza interior.
Para a próxima estação e assim o PEC o permita, preparemo-nos para os casacos compridos estruturados como vestidos e vestidos estrurados como casacos empridos, tudo com muitos zips, peles sintéticas, leggins (passo), sandálias abotinadas (?)(passo), brocados sintéticos, o preto, o branco, o cinza (para não variar), as cores pastel, as simetrias, as linhas depuradas, óculos e penteados tipo Jacqueline Kennedy.
Em situações de aperto, convém recordar que ainda não se paga por folhear revistas e teremos sempre a net para ver as outras vestidas com aquilo que deveria ser nosso. Seja como for, preparemo-nos para o pior, ou seja, entrar em repeat mode: vestir a roupa requentada dos anos anteriores.
E mais uma vez, obrigada à organização da Moda Lisboa, sempre muito profissional e gentil para comigo.
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