sábado, fevereiro 13

Pior é sempre possível

Diziam-me há pouco:" Escreves sobre coisas que não lembram ao Diabo, e algumas bem aparvalhadas". Confesso que considerei isto um elogio, mas ainda não viste tudo. Ora lê:
Uma torrada queimada é uma torrada perdida. Podem barrá-la com doce de gengibre, pôr uma generosa camada de compota de abóbora com noz, retirar-lhe o esturricado, aparar-lhe as pontas ou mesmo optar pela dose dupla de manteiga e marmelada. É escusado. Ficará sempre com um inconfundível e desagradável sabor a queimado. Talvez se encontre uma solução, mas nunca a vi à venda em Portugal: na Holanda provei uma manteiga tão, mas tão deliciosa, que me despertou uma tão fantástica e duradoura sensação de leveza (como dizem nos anúncios), que fiquei na dúvida se não levaria uma boa mão de cheia de cogumelos mágicos.
Portanto, caro amigo, bem sei que não és pessoa para deitar pão ao lixo, mas compra uma torradeira melhorzinha. Até lá, oferece arrufadas com fiambre, que sai sempre bem.
Nota: Já agora, esse russo que tens no pickup, o Balakirev, desliga isso. Não dá saúde a ninguém.
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