quarta-feira, novembro 25

Cilindrada

No ínicio era o alinhamento da direcção (esta expressão é todo um programa). Acedi aliviada pela ausência de maleitas maiores, se bem que essa coisa da linha justa não seja muito do meu agrado. Pela segunda vez insisti na questão dos pneus novos e no limpa pára-brisas novinho em folha. Os inspectores haveriam de reparar no meu zelo. No entanto, em menos de nada, a lista ia sendo alongada com pormenores, peças e problemas dos quais não sei nem quero saber. O sr. mecânico desconhece a minha difícil relação com máquinas de quatro rodas, pelo que tento evitar fazer ar de fastio, mas não uma indisfarçável cara de parva.
Ainda consegui fixar a problemática do óleo, a complicada questão das velas e, por fim, as mazelas do tubo de escape, que nunca escaparão ao olho treinado desses tais inspectores que me infundem um temor ao nível de uma sentença do exame de código ou mesmo de uma resposta das Finanças. Torno a insistir nos pneus novos e no limpa pára-brias novinho em folha que haveriam de ser bem avaliados, mas que em nada contribuem para impedir o sentimento de pequena delinquente culpada de desatenção ao óleo, às velas e desleixo com o tubo de escape. Bem vistas as coisas, já lá vão três dias, três molhas e, certamente, uma conta com grandes três dígitos, que isto anda tudo ligado.
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