terça-feira, julho 22


"No auge da minha paixão pela Costa Alentejana, mais precisamente pela Zambujeira do Mar e “ilhas” adjacentes, tive longas discussões com os proprietários dos cafés e restaurantes que frequentava. Eles acusavam-me – a mim e a mais uns tantos maduros... – de querermos aquele paraíso só para nós...
Eles, comerciantes, queriam a Zambujeira “para todos”, por isso aplaudiam o Festival do Sudoeste em pleno Agosto, por isso cediam às cadeiras foleiras e aos chapéus-de-sol das marcas de cerveja (aquele largo da aldeia, no Verão, parece um verdadeiro supermercado de marcas e cores, um monumento de poluição visual), por isso faziam sanduíches de mau fiambre e pior queijo, e maus sumos (laranja e já era obra...) e fritavam batatas congeladas e vendiam chouriços industriais...
A minha argumentação era sempre a mesma: se eles cultivassem qualidade, iriam ter qualidade de retorno. Isso significava clientes fiéis, dispostos a pagar o justo preço da qualidade, menos instáveis mesmo em momentos de crise. Eu só queria que a Zambujeira fosse autêntica como há 20 anos, e não plástica e massificada, como se estava a tornar." (continua)

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Isabel, ficava-lhe bem ter deixado, por delicadeza, um comentário onde copiou este belo texto!

7:08 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Porquê?
Cada ano, já há vinte e nove anos, eu vou de férias na Costa da Caparica, vila piscatória à margem sul do Tejo, ali onde os lisboetas gostam de passar os seus fins de semanas e férias. Na altura, a vila tinha um ambiente amical e durante o pino de verão estava cheio de veraneantes. Os anos passaram e, a costa da Caparica, não parece em nada no lugar que tinha encontrado a primeira vez e hoje faz me triste ver que todos aqueles bares sociáveis, seguinte um plano combinado pelo conselho municipal, deveram dar lugar aos estabelecimentos de luxo.

7:46 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Alfacinha,
Compreendo bem o texto do Pedro RD porque passo férias há muitos anos numa das praias que ele refere e sei bem do que ele fala.
No entanto, eu continuo a ir pra lá. Já não pela praia, mas pelos amigos, e pela calma que preciso de ter em férias.
Des resto, a praia foi sendo destruida ao longo dos anos . Uma pena.

9:15 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

Caro anónimo,
Ando por aqui há tempo suficiente para saber que a "delicadeza" blogoesférica não "exige" que se deixem comentários nos blogs onde se tiram os posts.Aliás, raramente deixo comentários.
Colocá-los nos nossos blogs (devidamente referidos como é este o meu caso, com DOIS LINKS), é a expressão da minha admiração pelo que está escrito.
Até nas fotografias costumo referir
as suas origens.
INDELICADO, ou melhor, ladroagem de direitos de autor, seria não referir a fonte.
O facto de colocar no meu blog este texto do Pedro R Duarte (que conheço pessoalmente) é sinal de que admiro tanto a sua escrita como o texto em particular.
Obrigadinha,mas não aceito lições de ninguém quando se trata de ética blogoesféria. Aliás, nem dessa ética nem de nenhuma. Quem tinha autoridade para me dar "lições" já cá não está

9:17 da tarde  
Blogger PRD said...

Eu só sei que gosto mto de ver aqui o meu texto... Beijinho, Isabel!
PRD

2:19 da manhã  

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