Como uma onda
A tarde era de muito calor e a neblina ao longe parecia desenhar uma linha no horizonte. Foi o suficiente para uma história antiga da qual todos tinham uma recordação e muitos risos. Mas onde andaria eu que não tenho a mais vaga ideia de qualquer onda que tanta gente parece ter imaginado no Algarve? Uma amiga confessou ter zarpado da praia com os filhos assim que começou o diz-que-disse via telefone e o mesmo fizeram outras dezenas de famílias.
Havia quem jurasse a pés juntos ter visto gente no paredão à espera de alguma visão do lado do oceano e quem se julgasse a salvo numa esplanada à beira mar.
Segundo me contaram, a neblina que se via ao longe no horizonte assemelhava-se a uma onda que parecia aproximar-se da costa. A recente história das tragédias tem comprovado que as catástrofes não se anunciam por sms nem se aguardam em mesas de esplanada, mas parece que aquele fio no horizonte foi o suficiente para gerar o medo de quem o via ou imaginava ver.
Voltando ao princípio, aquela névoa de ontem foi o dia nublado de hoje. Assim seja.
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