sexta-feira, outubro 19

Literatura underground: a sequela

Entra na minha carruagem do metro uma senhora jovem, provavelmente professora e senta-se no lugar vago a meu lado. Do saco tira um livro com a capa forrada com aquele papel antigo, forte, com o qual se costumavam forrar os cadernos, em cinzento ou cor de vinho. Recordei-me de ter escrito isto, numa tentativa frustrada de verificar o que lia a senhora que viajava à minha frente, com a sua privacidade à prova de olhares curiosos como o meu. Mas esta estava demasiado próxima e era quase inútil resistir à minha curiosidade mas não à minha ignorância:"A ilha das Trevas", capítulo Flandres. Diz o google que o José Rodrigues dos Santos tinha ali uma leitora atenta. Saíu nos Anjos, provavelmente já sabedora da Fórmula de Deus.

1 Comments:

Blogger Victor Figueiredo said...

Estes pequenos fenómenos são curiosos.
Estranho um pouco, o porquê do resguardo a papel opaco. Pode ser uma investigadora anónima (para já), ou uma leitura compulsiva de JRS, ou ainda uma agitadora dos curiosos dos transportes públicos? :)
Confesso que também o costumo fazer. Olhar para as leituras dos que partilham espaços comigo, procurando o título. Por vezes até ao limite do soslaio!

10:49 da manhã  

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