quarta-feira, julho 11

Da voz

Sempre tive dúvidas com o hábito a fazer o monje, mas se o povo o diz lá terá as suas razões. Monjes há cada vez menos e a indústria do pronto-a-vestir faz o resto. Confesso que a voz me interessa muito mais que atavios variados em corpos estruturados à la carte conforme as modas e as estações.
À excepção de call centers, onde os conteúdos são programados, assépticos ou com pretensões de eficácia, em que a voz dá lugar a um uniforme, farda ou indumentária, as outras vozes sem rosto, como as da rádio ou do telefone, podem transmitir inúmeras características e neste caso, até dar um post.
Há vozes e vozes: do Woody Allen, Bruce Willis, Jeremy Irons , Marlon Brando, Bogart, Nicolas Cage, Bacall, Mia Farrow, Ingrid Bergman, Marylin, Garbo, ou da Whoopi Goldberg, pessoais e intransmissíveis, únicas no timbre, na rouquidão maviosa ou nos laivos de um sotaque que se conserva. Talvez por isso sempre me dei mal com as dobragens em castelhano que durante anos fio vi na televisão espanhola até à minha adolescência. De fugir, a dobragem de Eliza Doolittle, sem graça nenhuma. Da mesma forma, não será porventura despicienda a escolha das vozes para dar corpo aos pinguins, ao Shrek ou à Jessica Rabbit. Por falar nisso, quem precisar de vozes para os papéis da Maga Patalógica ou do Tio Patinhas, tenho algumas sugestões.
Yippee-ki-yay só há um: o do Bruce Willis e mais nenhum.

7 Comments:

Blogger cdgabinete said...

Concordo... o Bruce Willis é de facto inconfundível! E não tolero ouvi-lo falar espanhol, nem francês... não sei... mas não me parece nada bem!

6:54 da tarde  
Blogger @mm said...

E a do Sean Connery? Fabulosa.
E ver westerns dobrados em castelhano? É mau, muito mau.

7:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

E a minha?

11:32 da tarde  
Blogger definitivo said...

Concordo, mas deixe-me acrescentar James Earl Jones pois acho que, a este, até um surdo o reconhece.

Havia também uma actriz da qual não me lembro o nome nem a nacionalidade (americana, julgo) - normalmente fazia de "criada" -, que tinha uma voz estanhíssima e muito peculiar: era uma voz de uma criança de 6 ou 7 anos, com um timbre muito fino, que dava um toque surrealista aos filmes onde entrava.

E a voz do GRANDE Peter O'Toole?...

Tem toda a razão, Miss Pearls, as vozes que cita são para serem ouvidas, e não para serem apagadas por uma qualquer voz tipo "cana rachada".

Nesta coisa das "dobragens", estamos muito à frente da nossa vizinha Espanha: eles "dobram", nós não.

A ironia no meio disto tudo é o porquê de não dobrarmos os filmes: porque Salazar proibiu as dobragens .
Veja lá, Miss Pearls, a quem nós temos que agradecer...
Ironias...

Abraço

3:58 da manhã  
Blogger Pedro Barros said...

Também ia falar na omissão de Sean Connery, mas não constar Anthony Hopkins parece-me grave :)

2:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Michael York: qualquer justaposição é intragável.
Essas personagens da Disney não têm que grasnar?

9:17 da manhã  
Blogger M Isabel G said...

"Essas personagens da Disney não têm que grasnar?"
Têm sim Belita
E conheço gente que grasna lindamente :)

Estruturado e Alexandra estão cheios de razão. O Sean Connery eo Hopkins são imperdoáveis

E o O Toole também, Definitivo

Maria Marques, isso não sei :)
Mas certamente que terá o seu encanto :)

11:28 da tarde  

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