sábado, junho 23

Dança, circo e TOCÁ RUFAR


Mas nem só de plantas se fez teatro. A companhia “Vire Volte” fez nascer mil e uma figuras em arame, um grupo checo encantou-nos a todos com as suas bonitas marionetas de madeira, e a excelente representação da peça “A clean sweep” mostrou-nos a generosidade entre escovas e vassouras.
Também se dançou em Serralves, mas entre passos de dança e coreografias modernas preferi um gelado. À hora em que se representava “O rapaz de Bronze”, um jovem que devia estar na Alemanha a gritar contra o G8 torturava os pássaros do prado com berraria anti-globalização. Um chato.
Gostei de regressar ao circo, do virtuosismo do artista no mastro chinês e me rir por duas vezes com o espectáculo na Clareira das Bétulas. A “culpa” foi do menino à minha frente, ou melhor, dos pais do menino que acharam tanta graça à alegria do gaiato que o deixaram pular à vontade. Incapaz de estragar a alegria das famílias nada disse, mas disseram os pais dos outros meninos. A criança sentou-se e continuou feliz, mas os pais amuaram. Coisas de adultos.
À noite houve fogo de artifício e muita a dança, mas cedo deixámos alguns milhares de portuenses (jovens e maduros) entregues ao jumping jack flash, à cerveja e às pipocas, que há mais Foz além da festa.
Ainda houve tambores, Pauliteiros de Miranda, mais teatro, poesia, construção de poliedros e oficinas de vídeo, de arte e de ciência. Se os meninos conseguiram aquelas essências de laranja e flores, também eu as faço, essa agora; É só encontrar as notas.

(Sobre a Festa de Serralves, excerto do meu artigo na revista Única do jornal Expresso)

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