"Contavam-me que nasci no mês das cerejas"
costumava dizer a Amália Rodrigues por não saber a data certa do aniversário.
Entre um aparelho de ar condicionado e a luz artificial, dificilmente nos apercebemos das mudanças da luz, do sol, das sombras das árvores ou da mansidão da brisa. Pouco a pouco cortamos os laços com a natureza e vamos deixando de viver pelos ciclos solares. Quase sem darmos conta, quebramos rituais felizes da infância e que separavam os meses, as estações do ano, as fases da lua ou as épocas festivas.
Porém, hoje, como quem num dia de Verão abre a porta de casa, naquele jardim com uma pequeno lago lá no alto do parque, vi nascer uma nova estação.
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa, na cara dos meus sentidos, e eu fico confuso, perturbado, querendo perceber. Não sei bem como nem o quê...
*Num dia de Verão-Alberto Caeiro
2 Comments:
De facto...
neste ritmo alucinante não sentimos o ritmo da Natureza.
Lembremos, pois:
Maio, o mês das flores
Junho, o mês das cerejas!
http://bmarcore.club.fr/CD-mp3/montand-p/montand-p-09.mp3
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