Janelas indiscretas
As que se veêm à noite da rua, abertas, de interior iluminado de várias cores, formas e personagens. Provavelmente um pouco como os blogs: deixam ver os contornos e as sombras mas não a profundidade.
São as janelas sem estores que sobressaem da escuridão dos prédios e que curiosidade procura desvendar. São contornos que a distância não identifica, são casas com gente dentro, as estantes, as luzes, as paredes, um pedaço de intimidade sem som nem legendas. São propriedades alheias, terrenos dos outros, portas fechadas, vidas sem máscaras, corações libertos, corpos barricados, lugares de intimidade, de amores, desamores, boas vidas e outras nem tanto.
É o que se deixa ver, o que se permite vislumbrar sem poder adivinhar. São só sombras, formas, luzes, imagens de passagem, fugidias, sem identidade e que a distância faz sumir. São as vidas dos outros. Ou posts com vidro fosco.
3 Comments:
Caramba!
Quando V. Exa. lhe dá para escrever... saem pérolas destas.
Que texto estupendo Miss Pearls!
Olá Miss Pearls,
bonita e acertada reflexão, como só a menina faz.
:)
Muito inspirador este seu texto :)
Refere fragmentos, alude a mais fragmentos, suscita fragmentos. Como um blog, onde nada pode ser perscrutado mas tudo parece implícito; onde, como na estética da recepção "a experiência literária do leitor intervém no horizonte da expectativa da sua vida quotidiana, orienta ou modifica a sua visão do mundo e age consequentemente sobre o seu comportamento social" (Jauss)
Enviar um comentário
<< Home