Sugestão para o Natal
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Também do mesmo autor, o ensaio “O Último Eça”, sobre os últimos dez anos de vida de Eça de Queirós.
"Francisco Félix de Sousa procurara comprador para os seus três escravos e encontrou-o na pessoa da Vicência, uma preta quitandeira de quitutes que acabara de comprar a alforria. Livre, a Vicência empatara o seu dinheiro na compra de escravos, intentando viver do trabalho dos pretos-de-ganho, como a sua antiga dona viver do seu trabalho de quintandeira. (...) Francisco Félix de Sousa dera a trempe, as cuias e as três esteiras aos escravos, acertara com Vicência o preço das correntes e do cadeado e, no fim, achara o todo do preço justo, nem mais nem menos, gostava da Vicência, conhecia-a desde pequenino e muitas vezes lhe usara o corpo, ambos escondidos pelas mangueiras da Fonte dos Barris, a Vicência não lhe pedia dinheiro pelo serviço, pedia que lhe comprassem os seus pitéus, e Félix de Sousa comprava-lhe dois acarajés frios e dois nego bons, uns comia, outros jogava aos saguinzinhos que tragavam as mangas verdes nos Barris". (pag. 195)
2 Comments:
Isabel: o meu texto sobreo casal ventoso nada tem de pessoal. Nem sequer é uma crítica, mas um desabafo. Auscultados os interessados, aqueles que por ali moravam, concluiu-se que não queriam sair da zona e não queriam ser separados por diversas zonas da cidade. Concretizar estas transformações urbanísticas e sociais não foi tarefa é fácil.Fácil é falar sobre elas. Mas a vida é feita destas coisas: uns fazem, outros dão opinião. É o elementar exercício da democracia e da cidadania.Bem Haja.
CAro Tomás Vasques,
EU não estive no poder e nunca virei a estar. Por mim, já "levei" da esquerda, da direita, já estou habituada :)
Aquela via rápida é um problema e grave, como sabe, pelos acidentes que tem provocado.
"EU faço" pelo lado a que tenho direito e dever: do lado do exercício do meu direito de cidadania. O que já não é pouco, num país onde se exerce tão pouco esse direito fundamental.
Muitos anos, muito trabalho, muitas horas sem dormir, de borla, com muito boa vontade e seriedade. É a minha forma de "fazer".
Bem haja.
Não imagina como gosto de uma boa discussão :)
Maria Isabel
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