terça-feira, setembro 26

Ricas vidas

Há uns tempos, descobri na casa dos meus pais, dois ou três livros de aventuras do Grishka e do seu urso e alguns livros de banda desenhada "Riquinho, o pobre menino rico". Tal como o nome indica, Riquinho era um menino multimilionário que vivia com os pais (um casal de ar emproado e anafado), um mordomo espigado que fazia também as vezes de auxiliar de acção educativa e claro, um batalhão de serviçais. Riquinho vivia numa mansão decorada com cifrões, ao estilo Neverland, com jardim zoológico, carrosséis, montanhas mágicas e tudo o que ele sonhasse e o dinheiro lhe pudesse comprar. Porém, o menino que não gostava da solidão, era uma criança bondosa e alegre que gostava de brincar. No fundo da rua havia uma "turma" de meninos pobres de quem se tornou companheiro de jogos e aventuras e com quem partilhava as brincadeiras na sua grande jaula, perdão, mansão dourada. Eram livros muito engraçados porque tinham lá dentro um imenso mundo para crianças, muitas mordomias, guloseimas, enfim um lugar onde todos os sonhos infantis se realizavam. Fico contente por não haver uma remake do Riquinho adulto. Seria insuportável a imagem de um ricaço de laço, barrigudo e emproado, à semelhança de papai. Ou então, na pior das hipóteses, um galdério com dificuldades em envelhecer, em carros desportivos e charuto na boca, pateticamente acompanhado de vária versões da Anna Nicole Smith. Isto a propósito de um programa que vi há dias sobre a vida de alguns multimilionários: as suas casas (Cannes, Bahamas, Nova Iorque, castelos na Escócia) os super carros, os hiper jactos, os mega iates, os hábitos, os vícios. Enfim, uma forma de viver muito para além da minha imaginação. Mesmo quando brincam aos barcos de luxo em Puerto Banus ou entram na Van Cleef & Arpels, fica-se com a impressão de que estão a trabalhar e a facturar. Por aqui também está um rico dia.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Cara Miss Pearls:
1. Ena tantos "clichés"!
2. Sabe que se "ele" há coisa que eu nunca entendi foi o ar "basbaque" dos portugueses perante "Puerto Banus". Um dia, depois de mtº me "ensaboarem" o juízo c/ as mais delirantes descrições, estava eu por lá mtº perto numa daquelas reuniões internacionais de executivos quando, tendo algum tempo livre e estando farto de aturar colegas, me decidi meter ao caminho e ver "com estes que a terra há-de comer". Era tão perto que me meti a pé ao caminho. E sabe, nunca mais lá voltei e até hoje "cá" estou sem perceber as razões para tamanho "basbaque", o que muito deve levar alguns "barcosos" dos meus conhecimentos a pensar que devo ser doido.
Cumprimentos
JC

2:02 da tarde  
Blogger M Isabel G said...

CAro JC
Eu sou uma mulher do campo (literalmente) :)
Não gosto de barcos, enjoo e nunca fui a Puerto Banus.
:)

São cliches sim. A ideia era essa. Como escrevi, essa gente leva uma vida para além da minha imaginação.

2:22 da tarde  

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